domingo, 24 de novembro de 2013

Como a Albânia protegeu os judeus dos nazistas




The New York Times
Joseph Berger

Houve um punhado de países europeus onde a máquina de matar nazista engripou, mas poucas dessas históricas parecem mais dignas de nota e são menos conhecidas do que a da Albânia.

 
Albaneses comuns ajudaram a transferir judeus de esconderijo para esconderijo, para fugir da captura, e assim o país salvou praticamente todos os 200 judeus nativos e outros 400 judeus refugiados da Alemanha e Áustria. O país também ajudou a esconder centenas mais de terras nos Bálcãs ocupadas pelos nazistas.

"A Albânia foi um dos únicos países europeus a ter mais judeus no fim da guerra do que no início da guerra", disse Michael Berenbaum, ex-diretor do projeto do Museu Memorial do Holocausto nos EUA.

Um quadro completo desse resgate só surgiu no início de 1990, depois do colapso de um governo comunista particularmente obscuro e repressivo, e foi confirmado pelo Yad Vashem, o instituto de pesquisa do Holocausto, em 2007. Ele vai ser recontado em 8 de dezembro no Museu de Herança Judaica em Nova York, quando descendentes de judeus resgatados e de albaneses responsáveis pelo resgate darão depoimentos.

A Albânia tem razões práticas para querer que essa história seja conhecida. O país está buscando adesão à União Europeia mas suas chances estão prejudicadas por um histórico de corrupção enraizada. A história de resgate não só destaca um episódio de magnanimidade albanesa, mas, num momento em que a Albânia promete limpar seu governo, ela também mostra que os albaneses cumprem suas promessas.

A história do resgate, disse Ferit Hoxha, embaixador albanês para as Nações Unidas, mostra que "embora estivéssemos fechados num dos regimes comunistas mais duros, as pessoas desta nação são nobres e tão capazes de agir com coragem como qualquer um Europa".

Na maior parte da Europa, a Solução Final foi extremamente eficiente: 90% dos 3,3 milhões de judeus da Polônia foram mortos, 88% dos 240 mil judeus da Alemanha, 77% por cento dos 70 mil judeus da Grécia, com números semelhantes e assustadores em outros lugares.

A diferença excepcional na Albânia, dizem especialistas sobre o episódio, estava enraizada numa crença nacional chamada 'besa' que obriga os albaneses a oferecer abrigo e passagem seguro para qualquer um que busque proteção, particularmente se houve uma promessa disso. A omissão resulta em perda da honra e da reputação.

"Isso envolve a proteção sem exceção a um convidado, mesmo ao ponto de perder a própria vida", escreveu Shirley Cloyes DioGuardi, uma das organizadoras do evento em Nova York, cujo marido, ex-deputado Joseph H. DioGuardi, visitou a Albânia no início de 1990 e ajudou a descobrir detalhes sobre o resgate.



Outra explicação, diz Cloyes DioGuardi, é que, na Albânia, um país católico romano e ortodoxo oriental até que o domínio otomano levou a conversões para o islã a partir do século 15, a etnia sempre teve mais valor do que a religião e a piedade é fervorosa. "Sabíamos que nossos inimigos queriam usar religião para nos dividir e conquistar, mas sabíamos que tínhamos o mesmo sangue", disse Akim Alickaj, um albanês étnico criado em Kosovo que é dono de uma agência de viagens e cujo pai ajudou a resgatar judeus. "A religião muda, mas a nação e o sangue não podem ser alterados."

Dois outros países também preservara a maioria de seus judeus. Quando os ocupantes alemães ordenaram a deportação de 7.800 judeus da Dinamarca, em 1943, vizinhos, colegas e ativistas, numa manifestação quase espontânea de ajuda e de resistência, transportaram mais de 7 mil judeus, a maior parte em barcos de pesca, por um canal até a neutra Suécia, de acordo com Bo Lidegaard, editor-chefe do jornal Politiken.

Bulgária se aliou aos nazistas e entregou mais de 11 mil judeus da Macedônia e Trácia ocupadas para deportação para os campos de extermínio. Mas quando uma ordem veio para deportar os cidadãos judeus da própria Bulgária, membros do parlamento e líderes religiosos fizeram pressão para o governo resistir, e 48 mil judeus sobreviveram.

Quando os nazistas entraram na Albânia, em setembro de 1943, tomando o país dos fascistas italianos, mais brandos, dois judeus que moravam na cidade de Vlora – Rafael Jakoel e seu cunhado – reuniram-se com o prefeito. Ele disse aos irmãos, de acordo com a neta de Jakoel, Felicita: "Enquanto vocês estiverem aqui, não têm com o que se preocupar, mas os alemães são os alemães, então é melhor ir para a capital."

Felicita Jakoel, em 1992, com seu pai, Josef, que conseguiu se esconder dos nazistas com a ajuda de albaneses.

 Rafael Jakoel e seu cunhado foram a Tirana para se encontrar com o ministro de interior, Xhafer Deva, de um governo aparentemente fascista que colaborava com o nazismo. O ministro até mostrou a eles uma lista de judeus que os alemães haviam pedido. No entanto, o sentimento de besa era tão forte que ele não entregou as pessoas da lista, disse Felicita Jakoel.

"Enquanto estivermos aqui, vocês não precisam se preocupar", disse ele, de acordo com Felicita Jakoel, que hoje, como muitos judeus albaneses, vive em Israel. "Mas se algo nos acontecer você terá que cuidar de si."

Tradução: Eloise de Vylder

Fonte: Uol Internacional - The New York Times
Matéria Original: The New York Times

domingo, 17 de novembro de 2013

Kennedy passa de herói a equivocado estadista em livros didáticos dos EUA



The New York Times

Adam Clymer
Em Washington (EUA)

O presidente John F. Kennedy que os alunos aprendem hoje não é o JFK de seus avós. Em um livro didático de segundo grau escrito por John M. Blum em 1968 , Kennedy foi um herói trágico, ceifado muito cedo de um mandato transformador, que em seus meros mil dias no cargo "ressuscitaram a ideia de uma América jovem, em busca, progressiva, enfrentando o futuro com confiança e esperança."



 Em meados dos anos 80, essa excitação inebriante já era uma memória distante, e Kennedy uma memória diminuída. Um livro escrito em 1987 por James A. Henretta e vários colegas, queixou-se do véu de "mitologização" sobre seu mandato e disse que as grandes esperanças que ele gerou produziram apenas "escassas realizações legislativas".

A primeira – e para muitos a última – lição aprofundada que os estudantes norte-americanos aprendem sobre o 35º presidente vêm dos livros didáticos do segundo grau. E na véspera do aniversário do assassinato de JFK, há 50 anos, uma revisão de mais de duas dezenas de livros escritos desde então mostra que os retrato dele desde então, mostra que a imagem dele caiu acentuadamente ao longo dos anos.

Em geral, o retrato evoluiu de um jovem presidente carismático que inspirou os jovens do mundo todo para um extremamente falho, de alguém cuja oratória superou as realizações. Evitar uma guerra na crise dos mísseis de Cuba recebeu menos atenção e respeito. Os retrocessos legislativos e um envolvimento maior no Vietnã receberam mais. O glamour da era Kennedy parecia mais ilusão do que a realidade.

Por exemplo, um livro de segundo grau de 1975 escrito por Clarence Ver Steeg e Richard Hofstadter dizia que ao lidar com a crise dos mísseis cubanos em 1962, "a verdadeira natureza de estadista de Kennedy ficou totalmente aparente". Em "Um povo e uma nação", eles disseram que seu limitado tratado de proibição de testes nucleares em 1963 "foi o princial passo em direção à paz desde o início da Guerra Fria."

Quanto aos direitos civis, dizem, seu governo "não teve cooperação do Congresso". Mesmo assim, escreveram, equivocadamente, "ônibus, hotéis, motéis e restaurantes em grande parte aboliram a segregação" em sua presidência. A maioria dessas mudanças aconteceu quando o Ato de Direitos Civis foi assinado por seu sucessor, Lyndon B. Johnson, em 1964.

Usando o mesmo título em 1982, Mary Beth Norton e vários outros assumiram uma abordagem muito diferente em um livro para o ensino superior amplamente utilizado hoje em cursos de Advanced Placement [cursos avançados para ingressar na universidade].

Eles disseram que FJK "defendeu os direitos civis com uma falta de vigor notável". Eles o culparam pela crise dos mísseis, dizendo que os temores de invasão cubana-soviética foram alimentados pelo pouso na Baía dos Porcos em 1961 e outras ações dos EUA contra Cuba. Eles disseram que o verdadeiro legado de Kennedy foi "uma imensa expansão militar que ajudou a incitar os russos a uma acelerada corrida armamentista".

Em 2009, a "Jornada Americana" de Joyce Appleby disse sobre a crise dos mísseis: "Embora parecesse uma vitória na época, deixou um governo comunista intacto a poucos quilômetros da costa norte-americana. A humilhação de ceder também levou os soviéticos a iniciarem a maior escalada militar em tempos de paz da história."

Há uma grande variedade de motivos para esta mudança. Antes de mais nada, o fascínio pelo presidente jovem e belo e seu assassinato em Dallas elevaram Kennedy a um grau de heroísmo histórico impossível de se manter.

Outro é que os novos escritores e editores acrescentaram persectivas diferentes. Em particular, a geração do Vietnã começou a escrever e editar, e o papel de Kennedy na guerra começaram a ganhar importância. Além disso, seus casos extraconjugais vieram a público, alimentando as críticas. E o lançamento de fitas da Casa Branca, a partir de 1984, mostrou um político frio e pragmático, não o idealista em questões como os direitos civis sobre quem as pessoas ouviram e fantasiaram.

Finalmente, os anos 80 tiveram uma mudança na historiografia dos livros didáticos. Gilbert Sewall, diretor do Conselho Americano de Livros Didáticos, uma organização sem fins lucrativos que analisa materiais educativos, disse que a abordagem antiga era mais concentrada nos sucessos da história norte-americana. Nos anos 80, disse ele, isso foi substituído por uma abordagem "revisionista" que não só se concentrou em injustiças como os maus-tratos aos índios, mas também enfatizou as falhas de personagens antes tratados como heróis, como a atitude escravagista de alguns dos fundadores da nação. "O livro de Norton trouxe este revisionismo com clareza", disse ele.

Quanto a alguns aspectos da sua presidência, houve pouca mudança. Os livros didáticos oferecem visões positivas sobre o Corpo da Paz e o programa espacial. E a invasão fracassada à Baía dos Porcos em Cuba é tachada de um "fiasco" várias vezes. Mas os direitos civis, o Vietnã e a crise dos mísseis provocaram uma mudança nas visões.

Em seu livro de 1968 intitulado "Experiência Nacional: Uma história dos Estados Unidos", Blum disse que primeiro Kennedy se "concentrou" em ações do executivo, mas que em junho de 1963, ele "lançou uma nova batalha por leis novas e mais abrangentes de direitos civis". Essa medida, segundo ele, estava a caminho de ser promulgada quando Kennedy morreu."

Do final dos anos 80 em diante, expressões como "perder tempo", "dúvida" e "em cima do muro" eram comumente usadas para descrever a postura inicial de Kennedy. Seu projeto de lei de 1963 foi descrito em geral como "irremediavelmente paralisado", "amarrado" ou com "pouca chance de aprovação" no Congresso antes de sua morte.

Sobre a crise dos mísseis, Henry Bragdon elogiou Kennedy em seu livro de 1981 "História de uma Nação Livre", por exercitar a "moderação" e não se vangloriar da retirada soviética. Blum escreveu: " O triunfo norte-americano foi um tributo à combinação de resistência e moderação de Kennedy e à sua compreensão precisa dos usos do poder".

Semelhante ao tratamento do livro Norton, Carol Berkin e Leonard Wood escreveram em "Terra da Esperança: Uma História dos Estados Unidos" que embora "Kennedy houvesse identificado com sucesso o blefe de Khrushchev", sua vitória era "vazia" porque o líder soviético havia sido expulso por linhas-dura que "começaram a maior escalada militar em tempos de paz da história".

Ex-presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy: herói ou farsa?
 
Esta conclusão foi leve em comparação com a visão de Andrew Cayton no livro "Estados Unidos: Caminhos para o presente", de 1998. Cayton escreveu que, embora Kennedy parecesse um "herói" inicialmente, críticos mais tardios o achavam "imprudente". Ele escreveu: "Kennedy não usou os canais diplomáticos tradicionais para tentar resolver a crise, mas proclamou sua disposição de chegar à iminência de uma guerra nuclear e ir além. Ele evitou o desastre, observou Dean Acheson mais adiante, por "simples sorte".

Sobre a guerra do Vietnã, alguns dos primeiros livros ignoravam completamente Kennedy, tratando-o como uma guerra exclusivamente de Johnson. Outros diziam simplesmente que ele "ampliara" a ajuda dos EUA ao Vietnã do Sul. Em 1981, Bragdon escreveu que antes de sua morte houve "evidências de que Kennedy havia decidido que a situação no Vietnã era desesperançosa e havia decidido retirar as tropas norte-americanas do país."

Mas os livros mais recentes o chamaram de "Guerreiro Frio", um termo depreciativo, e enfatizaram que ele expandiu a guerra do Vietnã. Muitos foram céticos quanto a uma possível retirada.

Muitos textos de diferentes décadas, mesmo aqueles que o criticaram como o livro de Norton de 1982, reconheceram que Kennedy foi um líder que alimentou a esperança. O livro de Norton de 1982, em geral negativo, diz que ele "inspirou o idealismo nos norte-americanos".

Além disso, houve um reconhecimento generalizado de que Kennedy se tornou um melhor presidente durante seus 34 meses no cargo.

Gary Nash, cuja "Odisseia Americana" de 1991 disse que as "realizações fragmentadas" de Kennedy não foram grande coisa, ainda assim disse que Kennedy "aperfeiçoou-se no cargo" e concluiu: "à medida que seu mandato progrediu, suas iniciativas se tornaram mais ousadas, e a forma como lidou com o Congresso ficou mais agressiva e confiante."

Tradução de UOL Internacional - The New York Times
Versão Original:  The New York Times

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A América Latina e sua esquerda conservadora

Texto de Maye Primera, do El País


Nicolás Maduro, que declarou ter reencontrado a fé depois de se declarar ateu aos 18 anos por causa do comportamento da Igreja Católica
Nicolás Maduro, que declarou ter reencontrado a fé depois de se declarar ateu aos 18 anos por causa do comportamento da Igreja Católica


Persignar-se e rezar ave-marias é reação comum entre a maioria dos presidentes identificados com a esquerda na América Latina, quando em seus países se invocam reformas ligadas aos direitos civis que contrariam a tradição. Em temas como a descriminalização do aborto ou o consumo de drogas brandas e o estabelecimento do casamento homossexual, suas posições tendem ao conservadorismo e a mensagem religiosa é incorporada cada vez com maior frequência em seus discursos políticos e em sua argumentação. No continente onde convive a maior comunidade católica do mundo, a esquerda parece ter-se convertido.

"Que façam o que quiserem, eu jamais aprovarei a descriminalização do aborto", disse em 19 de outubro passado o presidente equatoriano, Rafael Correa, que define a si mesmo como "humanista, católico e de esquerda". Correa inclusive ameaçou demitir-se se os parlamentares do bloco governista, a Aliança País, votassem a favor de incluir essa reforma no novo Código Penal. "Se continuarem essas traições e deslealdades (...) apresentarei minha renúncia ao cargo", advertiu o presidente equatoriano na mesma oportunidade. O presidente da Conferência Episcopal do Equador, monsenhor Antonio Arregui, celebrou de imediato a postura de Correa "pela valentia e a nobreza de ânimo com que falou".
O tema do aborto é especialmente delicado entre a esquerda mais revolucionária e antiga. A Nicarágua e El Salvador, onde governam respectivamente o líder da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional, Mauricio Funes, e o sandinista Daniel Ortega, são os dois países em que se pune o aborto com maior severidade, sem que haja perspectivas de uma reforma da lei. O governo de Funes foi criticado por não intervir a tempo no polêmico caso de Beatriz, uma jovem salvadorenha que corria perigo de morte devido a uma gravidez inviável, que finalmente foi interrompida por um "parto induzido" que terminou em cesariana. Daniel Ortega e sua mulher, Rosario Murillo, também se opuseram firmemente à possibilidade de descriminalização do aborto terapêutico. Depois de toda uma vida de ateísmo, o casal decidiu se casar na Igreja Católica em 2005 e agora diz liderar uma revolução "cristã, socialista e solidária"; o cardeal Miguel Obando y Bravo, ex-inimigo do sandinismo, oficiou o casamento e agora costuma inaugurar com uma oração os atos públicos da Frente Sandinista.

Deus também é onipresente nos discursos do venezuelano Nicolás Maduro, que declarou ter reencontrado a fé depois de se declarar ateu aos 18 anos por causa do comportamento da Igreja Católica. "Hugo Chávez fez de nós verdadeiros cristãos", disse o presidente venezuelano em 7 de abril passado, durante um ato de campanha para as eleições presidenciais do dia 14, nas quais foi declarado vencedor. A descriminalização do aborto e do consumo de drogas como maconha, ou o estabelecimento do matrimônio homossexual, não são sequer tema de debate na Venezuela governada por Maduro, nem o foram durante os 14 anos de mandato de Chávez. Pelo contrário, a condição de homossexual é assumida pela nomenclatura do chavismo como desonrosa. O próprio Maduro, sendo chanceler, qualificou a liderança opositora de "homossexuais e fascistas", durante um discurso transmitido pela rede de TV estatal em 12 de abril de 2012.

Além da animosidade no uso da linguagem, há analistas como o venezuelano Teodoro Petkoff – editor do jornal "TalCual" de Caracas, ex-militante comunista e ex-guerrilheiro - que consideram que a esquerda latino-americana está dividida em dois grandes blocos, que definem sua posição. "Há uma esquerda ideologicamente formada, a mais antiga, que costuma assumir com muita coragem posturas que confrontam o peso da tradição", indica, referindo-se à esquerda uruguaia, liderada pelo presidente José Mujica, e a setores da esquerda brasileira e argentina.
Há outra esquerda, afirma o editor de "TalCual", que se define em termos políticos mais que ideológicos e que atende ao peso de tradições morais centenárias, compartilhadas pelo grosso da população da América Latina. "Essa espécie de neoesquerda de origem chavista, que de esquerda só tem o apelativo, é absolutamente tradicionalista nessas questões. Em alguns casos isto corresponde a uma atitude sincera sobre assuntos morais e éticos que não separam religião de política. Em outros, é puro oportunismo, na tentativa de se manter perto da clientela eleitoral", conclui Petkoff.
Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalve

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A REVISTA HISTORIEN TORNA PÚBLICA A SUA CHAMADA DE COLABORAÇÕES PARA O SEU 9° VOLUME


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Lançamento da Revista Feminismos


 

Temos o prazer de apresentar o primeiro número da Revista FEMINISMOS. Este é um antigo sonho que finalmente conseguimos “colocar no ar”.

A Revista Feminismos pretende ser uma publicação eletrônica, trimestral, internacional, de cunho acadêmico, vinculada ao Programa de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo – PPGNEIM e ao Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher – NEIM da Universidade Federal da Bahia. Tem como objetivo divulgar estudos interdisciplinares sobre mulheres, gênero e feminismos, sob a forma de artigos, traduções, ensaios, resenhas, entrevistas, dossiês temáticos e outras manifestações intelectuais que contribuam para o debate científico e para a produção de conhecimento na área, constituindo-se um canal de interlocução com as demandas e ações do feminismo nacional e internacional. Todas as seções da revista estão abertas à colaboração.

É resultado do compromisso que vem norteando nosso trabalho nestes quase 30 anos de existência, compromisso esse que se concretiza no lema “articulando teoria e praxis feminista na academia”. Assim, a Revista Feminismos nasce na perspectiva da articulação de diversos caminhos que possibilitem a troca de informações, de olhares, de recortes analíticos e metodologias distintas de forma que as diferentes perspectivas disciplinares se entrecruzam, gerando contribuições direcionadas à formulação de uma noção de conjunto, ainda que resguardadas por enfoques particulares. Nesse sentido ela é a cara do NEIM. Ela é parte, portanto de um projeto maior de divul gação e estímulo à produção do conhecimento na perspectiva feminista e do feminismo enquanto movimento social transformador.

domingo, 14 de abril de 2013

Mali: bastidores de um drama africano
Historiador da UnB analisa os interesses da recente intervenção militar da França na ex-colônia, assolada por conflitos étnicos e religiosos

por Marlúcio Luna


A intervenção militar francesa no Mali gerou uma polêmica sobre quais são os motivos que levaram o envio de soldados à ex-colônia. Há quem aponte interesses econômicos de Paris nas jazidas de urânio. Outros acreditam que a atuação de grupos radicais islâmicos justificaria a presença de tropas da França. Para o historiador Pio Penna Filho, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), o cenário é mais complexo e não permite visões simplistas. Ele chama a atenção para a política externa Palácio do Eliseu para a África e destaca que, entre 1960 e 2010, houve cerca de 40 intervenções militares francesas em antigas colônias. Penna Filho frisa que a maioria das revoltas africanas tem origem na fragilidade dos Estados e na falta de legitimidade dos governos, relativizando a influência de questões étnicas e religiosas nos conflitos. Nesta entrevista, o professor analisa a atuação dos grupos radicais islâmicos na região, bem como contextualiza a linha de ação dos chamados jihadistas.

Qual o contexto da operação militar francesa no Mali, iniciada em 11 de janeiro?
Desde a década de 1990, o Mali vem enfrentando o enfraquecimento do poder central. Em se tratando de África, onde os Estados têm estruturas extremamente fragilizadas, a situação se torna ainda mais grave. Nos últimos anos, houve uma sucessão de governos fracos e sem legitimidade. Para completar, houve um golpe militar em março de 2012. Apesar do discurso de seus líderes, de que o golpe seria resultado da fraqueza do presidente Amadou Toumani Touré, o que se viu foi um novo governo fraco e sem legitimidade.

A fragilidade política e institucional do Mali favorece a ação dos radicais islâmicos?
Antes de falar sobre os grupos radicais islâmicos, também chamados de grupos jihadistas, é interessante observar que a revolta no Mali segue o padrão de outras que ocorrem em todo o continente africano, não importando qual a religião predominante em um ou outro país. As revoltas são resultado da falta de mecanismos que garantam à sociedade a participação no jogo político. Há uma distância imensa entre o Estado e a sociedade. Como a população está afastada do centro do poder, ela não consegue apresentar suas reivindicações. Não há exercício da cidadania. Junte-se a isto o histórico de fragilidade econômica da África e temos as condições ideais para o surgimento de revoltas. Com exceção da África do Sul e de alguns países do norte do continente, o que temos na África é uma lista imensa de Estados frágeis.



quarta-feira, 20 de março de 2013

Chamada de Publicações- Edição 8

A equipe Sapientia et Virtute, juntamente com o Colegiado de História da UPE Petrolina, comunica à comunidade acadêmica sobre a abertura de colaborações para a edição 8 da Revista Historien.

Prazo para as chamadas de artigos: 25/03 até 19/04

Temática: História e Poder

As propostas devem ser enviadas para o seguinte email : revistahistorien@gmail.com

Informações sobre as normas: http://www.revistahistorien.com/

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013


UPE CAMPUS PETROLINA LANÇA EDITAL PARA SELEÇÃO DE  ESTAGIÁRIOS

A UPE  – Universidade de Pernambuco, Campus Petrolina tendo em vista  o  Decreto nº 32.948, de 19 de janeiro de 2009 que institui o Programa Bolsa-Estágio, comunica que estão abertas as inscrições para o processo seletivo de estagiários de nível médio, médio técnico e superior. Este processo seletivo destina-se ao preenchimento de 18 vagas de estagiários do 1º e 2º anos do Ensino Médio (03 vagas), de nível Médio Técnico em Laboratório (01 vaga) e de nível Superior nas seguintes áreas: Administração (05 vagas), Ciência da Computação (03 vagas), Pedagogia (04 vagas), Secretariado Executivo (02 vagas). A seleção terá validade de 1 (um) ano a contar da publicação do resultado final, podendo ser prorrogado, uma única vez, por igual período, valendo para o preenchimento das vagas que surgirem no decorrer desse período.
As inscrições  serão realizadas no próprio Campus de 21 de janeiro a 01 de fevereiro e a seleção consta da análise do histórico escolar e entrevista.Maiores informações sobre poderão ser consultadas pelo seguinte endereço eletrônico:  
http://www.upe.br/portal/download/editais/petrolina/2013/edital_para_estagiarios.pdf




Prof. Ms. Moisés Almeida
Diretor do Campus UPE - Petrolina