sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Breve história do RPG




Se você não entende bulhufas sobre o assunto e jogou no Google, o Wikipedia te responde que “Role-playing game, também conhecido como RPG (em português: “jogo de interpretação de personagens”), é um tipo de jogo em que os jogadores assumem os papéis de personagens e criam narrativas colaborativamente. O progresso de um jogo se dá de acordo com um sistema de regras predeterminado, dentro das quais os jogadores podem improvisar livremente. As escolhas dos jogadores determinam a direção que o jogo irá tomar.”
Oficialmente, o hobby data de 1974 com o mundialmente famoso D&D (Dungeon & Dragons), criado por Gary Gygax e Dave Arneson. Na verdade era mais um jogo de miniaturas com uma temática meio de WAR. Com o tempo os criadores viram que aquilo poderia ser mais bem explorado e assim nasceram as primeiras “aventuras”. A coisa deslanchou mesmo a partir de 1980. Em 1982 Tom Hanks estrela um filme sobre RPG, Mazes and Monsters. E em 1983 é lançado o desenho Caverna do Dragão, totalmente inspirado em D&D. Daí pra frente aparece outros gêneros, já que D&D tratava basicamente de aventuras em cenários medievais.

Dungeons & Dragons ainda é o RPG mais jogado no mundo.
A evolução do RPG começa a seguir diversos rumos. O tema Cyberpunk discutia nos anos 80 o impacto da realidade virtual em um futuro próximo, tendo alguns jogos fundamentados no assunto. A Ficção Científica também ganha força nessa época, cuja literatura já era abordada desde os anos 70. Assim, em 1986 a empresa Steve Jackson Games publica o jogo GURPS um sistema genérico de regras. A promessa era que seria possível encaixar qualquer tipo de aventura dentro do sistema. Em um final de semana seu grupo poderia ser um grupo de piratas e no outro uma turma de Jedis.
Mas a era de ouro do hobby foi durante a década de 90. O velho D&D já havia passado por uma reformulação (sendo agora Advanced Dungeon Dragons), GURPS contava com diversos suplementos, e outros sistemas menores começaram a ganhar espaço no mercado (alguns até de origem nacional). Mas nada foi tão avassalador quanto à invasão dos noturnos chupadores de sangue nas mesas de jogos. Entra em cena o sistema Storyteller, trazendo vampiros, lobisomens, magos e afins em um mundo Punk-Gótico. O carro chefe do sistema era Vampiro: A Máscara, publicado originalmente em 1991 por Mark Rein Hagen através da editora White Wolf, com uma segunda edição em 1992 e uma edição revisada mais tarde em 1998. A febre de Vampiro foi tão grande que começaram a aparecer também os primeiros Lives: jogos “ao vivo”, onde as pessoas se encontravam e interpretavam seus personagens em carne e osso.

Vampiro: A Máscara, febre nos anos 90.
Nota: Vampiro: A Máscara completa 20 anos e em breve você verá uma matéria especial aqui no Nerdeando!

RPG de anime. Otakus também rolam dados!
A virada do milênio foi outro marco na história do RPG. No início do século XXI o RPG mais famoso do mundo, D&D, é totalmente reformulado em sua 3ª edição e com ela uma licença que permitia a qualquer um lançar produtos compatíveis, chamada de Open Game License. Esse foi o grande boom do mercado editorial de RPG. Agora muitos livros traziam apenas as aventuras, prontinhas para serem adaptadas com as regras de D&D, ou regras de D20 como ficaram popularmente conhecidas (referencia ao dado de 20 faces usado pelo sistema). Imaginem usar qualquer tipo de cenário, alguns até de mídias famosas como Star Wars, Marvel Comics e Disney utilizando o sistema de regras mais popular do mundo?

Coleção de GURPS.
Atualmente o RPG de mesa perdeu um pouco de sua força. Praticamente todos os sistemas foram alterados, atualizados ou finalizados. D&D está na sua 4ª edição, GURPS também foi reformulado e a White Wolf acaba com toda a sua linha (pra lá de extensa) de criaturas sombrias e lança o seu novo Mundo das Trevas. Como dito, o Role Play tem encontrado dificuldade em encontrar novos jogadores, principalmente no Brasil. Talvez pela “invasão” dos populares MMORPG’s, quem sabe. Mas com certeza o hobby ainda está longe de acabar. Pode ser que eu esteja sendo um pouco parcial (é, estou sendo sim), mas não há experiência de jogo que se compare ao bom e velho RPG de mesa. Construir a ficha do seu personagem, imaginando sua aparência, poderes e trejeitos. Interpretar monstros, heróis, monstros e todo tipo de criatura desse e de outros mundos. Criar mundos com sua própria cultura, política, geografia, onde apenas a sua imaginação é o limite! Além disso, RPG é uma experiência social. Marcar com os amigos para aquela seção sábado a noite, regada a refrigerante e salgadinhos gordurosos, rindo, falando bobagem e gerando fatos que se transformarão em lendas cada vez que vocês se encontrarem anos mais tarde. Posso dizer por experiência própria que essa é a maior “aventura” que você vai terá ao rolar seus dados. Isso tudo porque nem mencionamos o fato de a atividade desenvolver o intelecto, raciocínio, criatividade e leitura. Bom, mas isso fica para uma outra vez.
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fonte: nerdeando

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