terça-feira, 29 de março de 2011

Estréia da minissérie "The Borgias"

Embora vivessem nos séculos 15 e 16, os Borgias, objeto de uma nova minissérie em nove partes da produtora Showtime  que começa neste domingo, a família era feita para a TV. Os Bórgias eram ricos, cruéis, intrigantes e corruptos, e tão sexualmente vorazes que, se você acredita em rumores, dormiam com todos, incluindo uns com os outros. Mario Puzo , que trabalhou em uma novela sobre eles, os chama "Borgias, os Corleone da Renascença". 

"Os Bórgias", que custou US $ 45 milhões, foi criado, escrito e produzido pelo cineasta Neil Jordan , que também dirigiu vários episódios. É a mais recente entrada da Showtime no que está se tornando um jogo de apostas altas na TV a cabo, agora que ele não é mais suficiente apenas para mostrar filmes de Hollywood ou a competição desportiva. Se você quiser vender assinaturas de cabo estes dias, você não precisa apenas de programação original, mas uma longa corrida, franquia de definição de séries como "The Tudors", recente sucesso do Showtime.

Na nova série do pater familias Borgia, Rodrigo, que se tornou o papa Alexandre VI, é interpretado por Jeremy Irons , não exatamente do mesmo tipo físico. A julgar seu famoso retrato de Cristofano dell'Altissimo, o histórico Rodrigo, corpulento, com um nariz de machadinha, parece ter sido inflado com uma bomba de pneu. Na época de sua morte, ou assim diz a lenda, ele estava tão inchado e debochado que, quando seu corpo foi inserido no caixão, alguém teve que saltar sobre tampa para conseguir fechá-lo.

"Quando nós falamos sobre o papel, Jeremy estava preocupado pelo fato de que ele não tinha esse peso todo", disse Jordan recentemente, falando por telefone de sua casa na Irlanda. . "Disse-lhe que, se nós conseguirmos situar esse personagem adequadamente na história, dividido entre Deus e a política, o peso não importa" Ele acrescentou: "Eu queria alguém que pudesse entender o tipo de história aqui. 'The Borgias' não é apenas uma saga de envenenamento e mulheres em idade de casar, como um filme de Ken Russell. Bem, nós temos tudo isso, mas nós também vamos colocar valor no contexto histórico. "




Fonte: The New York Times (Versão on line)

sexta-feira, 18 de março de 2011

Historiadores brasileiros descobrem e analisam imagens do filho da Redentora no YOUTUBE

12.03.2011
Jornalista Thyago Mathias
Rio de Janeiro

O historiador Bruno de Cerqueira, gestor do Instituto D. Isabel I, descobriu no Youtube imagens do filho de D. Isabel (1846-1921) — que foi imperatriz do Brasil no exílio (1891-1921) — entre os convidados para o casamento do Arquiduque Karl da Áustria (1887-1922) com a Princesa D. Zita de Parma (1892-1989), em 21 de outubro de 1911, na pequenina Schwarzau-am-Steinfeld, Baixa Áustria.

O Príncipe Imperial D. Luiz do Brasil (1878-1920) aparece em meio a diversos outros membros da realeza europeia, homenageando o casal de noivos que herdaria o trono do longevo imperador austríaco Franz Joseph I (1830-1916). A mulher de D. Luiz, D. Maria Pia (1878-1973), nascida princesa das Duas Sicílias, também aparece no vídeo, que pode ser acessado neste endereço: http://www.youtube.com/watch?v=whDQfFyoGEE

A descoberta é significativa sob diversos pontos de vista, principalmente porque o Brasil parece desprezar sua memória histórica e o pequeno vídeo indica a importância que tinha a Família Imperial Brasileira para as dinastias multicentenárias que governavam os europeus no período anterior à Primeira Guerra Mundial.

D. Luiz e D. Maria Pia - 1910

Para Teresa Malatian, professora titular de História da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e autora da biografia “D. Luiz de Orleans e Bragança, peregrino de impérios”, publicada pela Editora Alameda em 2010, o vídeo se torna ainda mais emblemático se pensarmos que o noivo e a noiva tem sido bastante celebrados entre os católicos, desde que o Papa João Paulo II beatificou o último monarca austro-húngaro-tcheco em 2004, tornando-o “Bem-Aventurado Carlos, modelo de homem público e estadista cristão”. Mais recentemente, Zita foi declarada “Serva de Deus” pelo Vaticano.

O Instituto D. Isabel I tem um projeto cultural visionário sobre a história do Brasil do período joanino e dos demais períodos monárquicos que não foi contemplado pelas empresas governamentais e os bancos públicos e privados aos quais foi apresentado, o que prejudica em muito a possibilidade de descobertas como essa. Vale a pena conferir: www.cortebr.com.br.

Análise filmográfica

Bruno de Cerqueira, especialista em genealogia dinástica e monarcologia, explica os detalhes:

“O vídeo começa mostrando os tradicionais desfiles escolares que costumavam preceder os casamentos principescos na Europa.

“No minuto 0:30 aparece o Arquiduque Karl junto ao seu futuro cunhado, D. Elia (1880-1959), Duque de Parma em sucessão ao falecido pai, que havia sido o último monarca parmesão, D. Roberto I (1848-1907), deposto na Unificação Italiana (década de 1860). D. Roberto I gerou 12 filhos de seu casamento com a Princesa D. Maria Pia das Duas Sicílias (1849-1882) e 12 filhos do segundo casamento, com a Infanta D. Maria Antonia de Portugal (1862-1959), filha de D. Miguel I, irmão de nosso D. Pedro I.

“Entre os cunhados de Karl estão também os Príncipes D. Sisto (1886-1934) e D. Francesco Saverio (1889-1977), que serão os principais atores do famoso ‘Affair Sixtus´, um sinuoso processo da Primeira Grande Guerra onde a Áustria tentou secretamente fazer a paz com a França, mas o Primeiro-Ministro Clemenceau (1841-1929) reagiu negativamente.

“Aos 35 segundos aparece um grupo de princesas de Bourbon, chefiado pela Duquesa-Mãe de Parma, D. Maria Antonia. Ao lado dela está sua prima D. Maria Pia do Brasil, nora-sobrinha da Redentora, com vestido escuro e coroa. O traje talvez remetesse a um luto familiar, que não foi possível averiguar.

“A união de Karl von Habsburg-Lothringen e Zita di Borbone-Parma é uma clara demonstração da secular endogamia bourbônico-habsbúrgico-bragantina: quase todos os presentes ao casamento são parentes diversas vezes.

“57s: o pretendente carlista ao trono espanhol, D. Jaime (1870-1931), Duque de Madrid, aparece junto a D. Luiz do Brasil, que está fardado como hussardo do Exército Imperial e Real austro-húngaro, e outros príncipes. Inicialmente, considerei que o último da fila, com quem a 1min27s, novamente aparecerá o Príncipe D. Jaime conversando, fosse ninguém menos que o filho caçula da Redentora, D. Antonio, fardado como tenente. Mas Teresa Malatian me lembrou que ele era hussardo e não ulano, como o jovem príncipe do vídeo.

“1min50s: os meninos Borbone-Parma recebem e reverenciam o tio, Arquiduque Franz Ferdinand (1863-1914), cujo triste fim em 28 de junho de 1914 fez eclodir a I Guerra Mundial.

“1min59s: os primos dos noivos confraternizam e fumam — bastante Belle Époque...

“2min10s: o marido da célebre Sissi — imortalizada nas telas por Romy Schneider —, junto de sua sobrinha, Maria Josepha da Áustria (1867-1944), nascida princesa da Saxônia e neta de D. Maria II de Portugal (1819-1853).

“2min20s: Franz Ferdinand, em gesto de extremada gentileza, segura o buquê de flores que seu idoso tio-imperador recebera.

“2min35s: os recém-casados, muito felizes, junto aos seus familiares. Lá atrás, já sem chapéu, nosso D. Luiz aparece, estando atrás dele sua consorte, D. Maria Pia, visível em 2min45s.

“2min51s: as princesas e arquiduquesas junto ao imperador. D. Luiz aparece novamente, ao fundo.

“3min23s: Franz Joseph I começa a se despedir de todos. Seu sobrinho-neto e futuro sucessor, Karl, faz a reverência protocolar. À esquerda está o Arquiduque Franz Ferdinand, observando. Lembremos que o casamento de Karl e Zita representava para ele algum mal-estar, em vista de seu consórcio, em 1900, ter sido morganático. Ele se unira à Condessa Sophie (Zofie) Choteck von Chotkow und Wognin (1868-1914), uma nobre tcheca de excelente linhagem, mas muito distante da alta realeza. A descendência de Franz Ferdinand e Sophie constitui a casa ducal-principesca de Hohenberg, ramo primogênito dos Habsburg-Lothringen que não é nem dinasta e nem arquiducal. O casal foi assassinado pelos terroristas do grupo nacionalista sérvio ‘Mãos Negras’ em Sarajevo, capital da Província da Bósnia-Herzegovina. O atentado foi o estopim da I Guerra Mundial.”

Extraído de: http://idisabel.blogspot.com

Instituto Cultural D. Isabel I a Redentora

Página oficial: www.idisabel.org.br



quarta-feira, 16 de março de 2011

No Dia Mundial da Água, um desastre tem que ser refletido pela humanidade !!!

O rápido desaparecimento do mar de Aral entre 1989 e 2008

No dia 22 de março se comemorará o Dia Mundial da Água. Um bem precioso para a humanidade, mas que ao longo da história, a poluição a má utilização da água, resultaram em diversas tragédias ambientais. Uma delas é considerada uma das maiores catástrofes da história, que é o desaparecimento do mar de Aral:

“Um dos maiores desastres ambientais e humanos da atualidade está em curso no mar de Aral. Nas últimas quatro décadas, esse grande lago, situado na fronteira entre Uzbequistão e Cazaquistão, perdeu mais de 80% de sua área, de 66,5 mil quilômetros quadrados, e 80% do volume de água.

Na origem do problema está a política da antiga União Soviética de irrigar extensas áreas para agricultura ao longo dos principais rios que deságuam no mar de Aral: o Amu Dária e o Sir Dária. O projeto de maior impacto desviou o leito do Amu Dária para a construção do canal de Karakumskiy (1,1 mil quilômetros), que passou a fornecer água às lavouras uzbeques de algodão. Entre outras conseqüências, o recuo do lago ampliou as áreas desérticas e diminuiu a flora e a fauna.

O aumento da salinidade e a escassez de água culminam na enorme degradação das regiões próximas. O desastre provoca ainda graves problemas à saúde do povo local. Isso ocorre porque o solo à beira do lago, composto de altas doses de sal e resíduos químicos, é levado pelo vento, poluindo o ar e contaminando plantações próximas.

O mar de Aral se tornou uma espécie de "camitério" para navios que navegavam por suas águas
Especialistas afirmam que a parte sul do mar já está condenada, e a previsão e de que seque até 2015. Entretanto, há esforços para preservação a porção norte. Em agosto de 2005 é inaugurado um dique para impedir a evaporação da água do rio Sir Dária, antes de chegar ao norte do mar”

Fonte: Almanaque Abril

domingo, 13 de março de 2011

O Brilho da Morte


Com os problemas nas usinas nucleares no Japão, afetadas pelo terremoto da última semana, e com sérios riscos de uma contaminação a região no entorno das mesmas, é lembrado do grande acidente que ocorreu com a usina nuclear de Chernobyl. No Brasil ocorreu também um grave desastre radioativo, no caso a cidade afetada foi Goiânia, em 1987, sendo este considerado um dos maiores desastres deste tipo na história.

Em 13 de setembro de 1987, dois catadores de lixo de Goiânia deram início ao que seria o segundo maior acidente radioativo do mundo, atrás apenas de Chernobyl, na Ucrânia, Ao arrombarem um aparelho radiológico, encontrado nos escombros de um antigo hospital, expuseram o césio 137, pó branco que emitia um estranho brilho azul quando colocado no escuro. Considerado sobrenatural, o elemento radioativo criado em laboratório passou de mão em mão, contaminando o solo, o ar e centenas de moradores da capital goiana.

Foram necessários 16 dias para perceberem que a substância estava deixando um monte de pessoas doentes. Durante esse tempo, a contaminação só se espalhava. Após o desastre, os trabalhos de descontaminação produziram 13,4 toneladas de lixo radioativo entre roupas, plantas, animais, restos de solo e materiais de construção. Tudo isso foi armazenado em cerca de 1200 caixas, 1900 tambores e 14 contêineres, guardados em um depósito construído na cidade de Abadia de Goiânia, a 24 quilômetros da capital – e lá deve ficar por pelo menos 180 anos.

‘O brilho da morte’, como o césio foi chamado por Devair Alves Ferreira, primeira pessoa a entrar em contato direto com o elemento, fez centenas de vítimas. Quatro morreram cerca de um mês após a exposição. Entre elas, uma criança de 6 anos, Leide das Neves, considerada a maior fonte humana radioativa do mundo”.

O Longo trajeto da luz azul – Em 1987, o césio 137 fez centenas de vítimas durante os 16 dias em que percorreu Goiânia

Dia - 13/09: Os catadores de lixo Roberto dos Santos e Wagner Mota removem partes de um aparelho usado no tratamento de câncer das antigas dependências do Instituto Goiano de Radioterapia. O objetivo era vender o metal do equipamento para um ferro-velho. Arrombaram a máquina e deram início à contaminação

Dia - 18/09: Devair Ferreira, dono de um ferro-velho perto do hospital desativado, compra a peça, no mesmo dia ele arromba a máquina e entra em contato com 19,26 gramas de césio 137. Ele descobre que a substância, em ambientes escuros, emite uma luz azulada. Encantado, acredita estar diante de algo sobrenatural e leva o pó para casa.

Dia - 19 até 21/09: Devair recebe a visita de parentes, vizinhos e amigos interessados em ver a misteriosa luz azul. Todos começam a apresentar tonturas, náuseas, vômitos e diarréia – os primeiros sintomas da contaminação radioativa. No dia 19, seu irmão Ivo leva a substância para casa e ela é ingerida por sua filha de 6 anos, Leide das Neves.

Caixão em que foi enterrada Leide das Neves. O mesmo foi feito com chapas de chumbo
Dia - 26/09: Odesson Ferreira, outro irmão de Devair, entra em contato com substância. Motorista de ônibus, contamina centenas de passageiros. A frente de seu veiculo foi considerada uma alta fonte de contaminação e destruída como lixo radioativo. Enquanto isso, os hospitais entram em alerta com o número de doentes que apresentam os mesmos sintomas.

Dia - 29/09: Maria Gabriela, esposa de Devair, suspeita que o pó branco seja o responsável pelos sintomas e leva a cápsula de césio para a Vigilância Sanitária. O físico Walter Mendes é chamado e descobre tratar-se de uma substância radioativa. Ele chega a tempo de impedir que os bombeiros joguem a cápsula dentro do rio Meio Ponte, principal fonte de abastecimento da cidade.

Dia - 30/09: Os técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) chegam a Goiânia e, junto com a polícia militar, começam os trabalhos de descontaminação. Centenas de pessoas que apresentam os sintomas do contato com o césio são colocadas de quarentena num estádio, o Olímpico, onde passam por uma triagem para identificar o grau de contaminação.

Fonte: revista Aventuras na História, Edição nº49, setembro de 2007.


Terremoto arrasou Lisboa na época do Marquês


Com o terremoto seguido de um tsunami que ocorreu na última semana no Japão, é lembrado de outras tragédias, como o terremoto no Haiti em 2010 ou o tsunami que arrasou o litoral de vários países asiáticos em 2004. Mas indo um pouco mais longe na história ocorreram casos em que locais vieram a sofre com estes dois tipos de catástrofes, como no terremoto de Lisboa em 1755:



O primeiro dia de novembro de 1755 brindou Lisboa com uma linda manhã de outono. O ar estava tépido e as igrejas, apinhadas de gente – era o dia de Todos os Santos. ‘Súbito, um ronco vaporoso, enorme trovão subterrâneo. Cavalgada de ciclopes, que se aproxima em doida correria, arrastar de carros gigantes nos abismos da terra. Nos altares, oscilavam as imagens; as paredes bailam; dessoldam-se traves e colunas; ruem paredes, com o abafado som da caliça que esboroa, e de corpos humanos esmagados; no chão, onde os mortos repousam , aluem-se os covais para tragar os vivos’. Na descrição clássica do historiador português João Lúcio de Azevedo, o terremoto de Lisboa alcança todo seu terror e magnitude. Um dos maiores desastres naturais na história, o evento intrigou filósofos e cientistas durante o século 18 e marcou a ascensão do marquês de Pombal. Acuado e com medo das hordas famintas de sobreviventes, o rei, José I, de seu palácio em Belém, deu plenos poderes ao único de seus ministros que se mostrou capaz de lidar com a tragédia. Pombal não perdeu tempo. Ordenou que os saqueadores fossem sumariamente enforcados, fixou os preços dos alimentos e do material de construção nos níveis anteriores ao desastre e fez com que os corpos das vítimas fossem amarrados a pesos e jogados no oceano. Calcula-se que entre 8 mil e 30 mil pessoas tenha morrido na tragédia.



Quem sobreviveu ao tremor teve de enfrentar o maremoto que veio depois – segundo escreveu o então cônsul britânico em Portugal, Edward Hay, as águas ‘elevaram-se de 6 a 9 metros’. As perdas materiais foram incalculáveis. O Real Teatro da Ópera, terminado no mês anterior, ficou em ruínas. Trinta e cinco igrejas desabaram sobre os fiéis que rezavam – o tremor ocorreu bem no horário da missa. Em uma única mansão da cidade, perderam-se 200 pinturas (incluindo um Ticiano e um Rubens) e uma biblioteca com aproximadamente 18 mil volumes. Depois do socorro às vítimas, Pombal convocou engenheiros e topógrafos e tratou logo de reconstruir a cidade. Lisboa, depois das ações do marquês, tornou-se um exemplo da arquitetura iluminista: traçados retos substituíram as antigas vielas medievais e edificações monumentais foram erguidas para sediar a administração pública. A Biblioteca Real foi reorganizada, a partir de aquisições de livros, mapas e documentos em toda a Europa. Quando a corte portuguesa veio para o Brasil em 1808, o acervo foi trazido para o Rio de Janeiro – e a maior parte dele ainda está lá, guardada na Biblioteca Nacional".



Fonte: revista Aventuras na História, edição nº 35, julho de 2006.