quinta-feira, 28 de abril de 2011

URGENTE

Prezados, algumas pessoas indicaram que estão com problemas para fazer downloads de artigos da revista, ou dela como um todo. Estamos passando por uma reorganização da plataforma de downloads no portal revistahistorien.com. Por isso, todas as edições estão temporariamente suspensas, para atualizações.

Pedimos desculpas pelo transtorno, estamos na busca de melhor atender nossos leitores.

att,

HISTORIEN
Revista Universitária Eletrônica
ISSN: 2177-0786
Universidade de Pernambuco - Campus Petrolina
BR 232, KM 02, Cidade Universitária - Vila Eduardo
Petrolina - PE
CEP: 56.300-000

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Especialistas buscam crânio de Mona Lisa para recriar seu rosto

Fonte: ig/Pesquisadores farão um exame completo nos restos mortais da Gioconda

Geólogos, antropólogos e historiadores procuram o túmulo da mulher que serviu de modelo para a obra de Leonardo da Vinci


Uma expedição começa na quarta-feira (27), em Florença, em busca do crânio da Mona Lisa, com o objetivo de reconstruir o enigmático rosto que foi pintado por Leonardo da Vinci, e desvendar o mistério por trás do sorriso de Lisa Gherardini, esposa de Francesco del Giocondo.


Durante três dias, um radar explorará 900 metros quadrados no antigo convento de Santa Úrsula e, em particular, dois claustros e uma igreja, onde os pesquisadores acreditam que encontrarão sepulturas do século XVI, entre elas a de Lisa Gherardini, cujo retrato está exposto no Museu do Louvre em Paris. Em 9 de maio começarão as escavações, que durarão duas semanas.


Os restos recuperados serão enviados ao departamento de conservação de bens culturais da Universidade de Bolonha, onde se realizarão as análises de carbono 14, uma análise histológica para conhecer a idade dos restos, exame de metais para verificar a presença de alguma doença, e de DNA.


Uma vez estabelecido que se trata de Lisa Gherardini, será possível reconstruir seu rosto e compará-la com a face que Leonardo pintou, disseram.


Um documento encontrado em 2007 por um estudioso, Giuseppe Pallanti, no arquivo da Basílica de San Lorenzo, ao lado do convento, indica que os restos de Lisa Gherardini poderiam estar enterrados em Santa Úrsula. O certificado no registro paroquial declara que: "Foi mulher de Francesco del Giocondo, morta em 15 de julho de 1542 e sepultada em Santa Úrsula".


O grupo de pesquisadores é formado por geólogos, antropólogos e historiadores da arte, que pretendem assim desvendar um dos maiores mistérios artísticos dos últimos séculos.


Fonte:IG

terça-feira, 26 de abril de 2011



APRESENTAÇÃO


A Semana Acadêmica de História da Universidade de Pernambuco (UPE), Campus Petrolina, traz o tema: Sertões: Olhares Múltiplos e tem o objetivo de reunir professores, pesquisadores, estudantes e a comunidade em geral do Vale do Francisco e região que tenham interesse em discutir o sertão.

Priorizamos aqui abordá-lo em seus múltiplos olhares, tomando distância de suas imagens estigmatizadas que remetem à seca e a falta de oportunidades. Assim, neste evento, as experiências, identidades, as memórias dos sujeitos que vivem neste espaço e os discursos, imaginários que se criam sobre ele, tem maior destaque nas discussões sobre a temática.

A Semana Acadêmica de História terá conferências, mesas redondas, mini-cursos, comunicações e atividades culturais, visando promover a integração dos participantes, estimular estudos sobre o sertão, bem como promover a divulgação de trabalhos dos estudantes e professores da UPE assim como das universidades da região sobre a temática em questão.

Este evento configura iniciativa fundamental para o Curso de História da UPE, uma vez que estimulará as atividades de ensino, pesquisa e extensão realizadas no seu interior, bem como propiciará oportunidades de intercâmbio com professores e estudantes da UPE com outras instituições universitárias.


PROGRAMAÇÃO

Quarta - 18/05

MESA REDONDA I  
Horário: 15 às 17h

APROPRIAÇÕES IMAGINÁRIAS E CONSTRUÇÕES DISCURSIVAS SOBRE O SERTÃO. 
Prof. Ms. Harley Abrantes (UPE)
Prof. Francisco José Pereira Cavalcante
Prof. Ms. Genivaldo do Nascimento (UPE)

MINI CURSO*
Horário 17 às 19h

LANÇAMENTO DA 4ª EDIÇÃO DA REVISTA HISTORIEN

CONFERÊNCIA
Horário: 19 às 21h

Tema: “O que Deus uniu o homem não separa": Igreja, Sociedade e Família no setecentos.
Prof. Ms. Gian Carlo Melo (UFAL/ doutorando UFPE)

ATIVIDADE CULTURAL - EXIBIÇÃO DE CURTAS
Horário: 21h


Quinta 19/05

CONFERÊNCIA
Horário: 15 às 17h

Tema: Ciências, Raças e Agriculturas no Nordeste da Independência a Primeira República.  
Prof Dr. Nilton de Almeida Araujo (UNIVASF)

MINI CURSO*
Horário: 17 às 19h

MESA REDONDA II
Horário: 19 às 21h

MEMÓRIAS, CULTURAS E IDENTIDADES  NO VALE DO SÃO FRANCISCO
Prof. Ms. Janaina Guimarães (UPE)
Prof. Ms. Ana Clara F. Brito(UPE)
Prof. Ms.Sidclay Pereira(UPE)
Discente: Camila Roseno.(UPE)

ATIVIDADE CULTURAL - MARACATU
Horário: 21h


Sexta 20/05


MESA REDONDA III.
Horário: 15 às 17h

HISTÓRIA E MOVIMENTOS SOCIAS NO SERTÃO
Prof. Ms. Andrea Cristina (UNEB)
Prof. Ms.Tatiana Farias(UFBA- Neim)
Prof. Dr. Fernando Souto (UNIVASF)

SIMPÓSIOS TEMÁTICOS**
Horário: 17 às 19h

CONFERÊNCIA
Horário: 19 às 21h

Tema: Nas solidões vastas e assustadoras - os pobres do açúcar e a conquista do sertão de Pernambuco nos séculos XVII e XVI
Prof. Dra. Kalina Vanderlei (UPE)

ATIVIDADE CULTURAL - FORRÓ PÉ-DE-SERRA
Horário: 21h


** SIMPÓSIOS TEMÁTICOS:

ST 1- Sertões coloniais: Fontes e possibilidades de estudo.

Janaina Guimarães, Professora assistente de História - UPE
Guimaraes.janaina@gmail.com


Este simpósio temático tem como propósito congregar os estudos que vem sendo desenvolvido na UPE e nas universidades da região acerca da construção dos sertões em tempos coloniais. A proposta é discutir as fontes e abordagens que possibilitam o entendimento do povoamento e ocupação dos sertões nordestinos e as praticas sociais aqui estabelecidas pelos diversos grupos.

A dificuldade documental, empecilho primordial aos estudos coloniais, vem se reduzindo com o acesso a documentação diversa, seja pela publicação de uma série de cronistas coloniais ou através da recuperação de documentos em arquivos eclesiásticos brasileiros, ou nos arquivos portugueses. Essa renovação vem enriquecer nosso trabalho e alargar as possibilidades de estudo da temática, e esse simpósio tem como intenção discutir as novas abordagens que seguem essa renovação documental.
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ST2- Sertões e movimentos sociais

Moises Diniz de Almeida, Prof. Assistente – UPE CAMPUS PETROLINA
almeidamoises@hotmail.com

O simpósio temático quer contribuir com as pesquisas relacionadas com as diversas formas de expressão do sertanejo para conquistar dias melhores: misticismo, fanatismo, religiosidade popular, imediatismo, empoderamento politico, social e econômico. Desde que os sertões foram conquistados uma luta intensa pela sobrevivência foi travada entre índios, negros, brancos, miscigenados, cada um à sua sorte, utilizando-se dos meios mais acessíveis, numa práxis individual ou coletiva. Essa face de sertão, desvendada através dos múltiplos olhares é parte importante no processo de investigação e debate, do espaço que se constrói e que se reconstrói na teia densa da história.
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ST3- Sertões espaços e discursos 

Sidclay Pereira, Professor assistente de Geografia- UPE
sidclay@yahoo.com

O simpósio tem como objetivo discutir o sertão a partir da sua conceituação e construção como um espaço a ser conquistado (colonizado) e superado (modernizado).
O sertão vem se tornando um objeto de estudo, e, sendo assim, lugar de observação, síntese e análise de diversos estudos que vem crescendo, seja nas instituições de ensino ou em organizações-não governamentais. Cabe aos profissionais que se interessam em discutir a temática agregar seus esforços nesse simpósio.

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ST-4 Sertões: culturas, memórias e identidades

Ana Clara  Brito, Professora assistente de História - UPE
Email: acbritoufba@yahoo.com.br

O presente simpósio tem o objetivo de reunir trabalhos de estudantes e professores da UPE e das universidades da região que abordem o sertão em sua multiplicidade evidenciando as suas manifestações culturais; como festas, manifestações religiosas, suas memórias através de personagens, patrimônios materializados e imateriais, assim como as identidades dos sujeitos que vivenciam este espaço.

Assim, prioriza-se evidenciar as experiências em viver o sertão, dando aqui destaque as demonstrações do Vale do São Francisco.


* MINI CURSOS

Mini-curso 01. (40 vagas)
História indígena no Nordeste brasileiro: memória, identidade e etnogênese.
Prof. Dr. Rita Neves (UPE)

Mini curso 02(40 vagas)
Cotidiano e escravidão no período colonial do litoral ao sertão.
Prof. Ms. Gian Carlo Melo (UFAL)

Mini curso 03(40 vagas)
História, Música e Identidades.
Prof. Ms. Fabrício Mota.(IFBA)

Mini curso 04(40 vagas)
Gênero e História
Prof. Ms. Tatiana Farias. (UFBA/NEIM)

SOBRE AS INSCRIÇÕES

A ficha preenchida, DOWNLOAD EM http://revistahistorien.com/inscricoes-semana.htm tanto para OUVINTE quanto para APRESENTADOR DE COMUNICAÇÃO, deverá ser encaminhada para o email historia.upe@gmail.com até a data limite.

No ato de preenchimento, especificar qual mini-curso será escolhido e qual simpósio temático, em caso de APRESENTADOR DE COMUNICAÇÃO, receberá a comunicação.

CONTA PARA DEPÓSITO

agência 0007-8
conta poupança nº 539517-8
variação 01 (Em nome de Janaina Guimarães)
Banco do Brasil

OBS: O comprovante deve ser enviado digitalizado para historia.upe@gmail.com, juntamente com a ficha de inscrição, em anexo.


PERÍODO DE INSCRIÇÃO

Ouvinte – 13 de abril a 18 de maio ( início do evento)
Apresentador de comunicação – de 13 de abril a 10 de maio
Mini-curso (Vagas limitadas) – até dia 10 de maio

VALOR DAS INSCRIÇÕES (ÚNICO): R$ 15,00.

FORMATO PARA ENVIO DE RESUMO (Apresentadores de comunicação)

Título em caixa alta e em negrito, nome do autor centralizado e, entre parênteses, instituição, titulação e e-mail do autor.
Resumo de 1.200 caracteres.
Fonte Times New Roman.
Espaço 1,5.
Fonte 12.
3 Palavras- Chaves.
Texto do resumo justificado.

(OBS: os resumos devem ser salvos em formato WORD 97, 2003, e 2007 e encaminhados para o e mail do coordenador do simpósio desejado).

domingo, 24 de abril de 2011

Revista Historien no Twitter


É longe o tempo em que comunicação à distância dependia de mensageiros, pombos-correio e cartas seladas. A tecnologia promove a diminuição dos espaços, integrando pessoas de diversos pontos em todo o globo terrestre.

Por isso, para aqueles que acompanham a Revista Historien e apreciam seu conteúdo, há mais um canal de comunicação aberto. Hoje entrou no ar o perfil no Twitter da sua revista acadêmica de história, onde os leitores poderão conferir notícias e informações de maneira dinâmica.

Acessem o Twitter agora e sigam @historienUPE.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Saiba para onde vão os líderes quando depostos

Saddam foi executado, Milosevic morreu na prisão - mas a maioria, historicamente, encontra exílio em algum outro país.




Na Costa do Marfim, o ex-presidente Laurent Gbagbo está preso. O ex-líder iraquiano Saddam Hussein foi executado. E o sérvio Slobodan Milosevic morreu na prisão, enquanto era julgado por crimes de guerra.

Mas, historicamente, o desenlace mais comum desses impasses políticos tem sido o exílio do ex-líder em algum outro país, na maioria dos casos, após negociações.

O exílio pode ser voluntário ou involuntário, e pode acontecer dento do próprio país, como no caso de Pol Pot, o temido ditador do Camboja, morto em 1998.

Após ser deposto, Idi Amin Dada, notório pelas atrocidades que cometeu em Uganda, passou 24 anos na Arábia Saudita e lá morreu, em 2003.

Com a queda do Muro de Berlim, Erich Honecker, que havia liderado o Partido Comunista da Alemanha Oriental por 19 anos, fugiu para Moscou e depois para o Chile.

Em 1986, após 20 anos na Presidência, Ferdinand Marcos foi forçado a abrir mão do poder. Quatro dias de protestos nas ruas de Manila e um pedido do ex-aliado, o presidente americano Ronald Reagan, levaram Marcos a fugir das Filipinas para o Havaí.

Às vezes, líderes depostos aparecem em lugares inesperados. Valentine Strasser, líder de Serra Leoa, perdeu o posto em 1996 e depois reapareceu como estudante de direito na University of Warwick, na Inglaterra.

No início deste ano, Jean-Claude Duvalier retornou ao Haiti após um longo período na França.

A procura de abrigos seguros por ex-líderes é uma prática que remonta à Antiguidade.

O tirano grego Peisistratus foi derrubado do poder em Atenas e se exilou no norte da Grécia, onde reuniu um exército e conquistou novamente a cidade.

Monarcas escoceses na Idade Média costumavam se exilar na França, unidos por uma aliança e por um inimigo comum, a Inglaterra.

Mas os eventos na Costa do Marfim nesta semana não seguiram o processo usual, diz David Anderson, do Centro de Estudos Africanos da Universidade Oxford.

Gbagbo poderia ter feito um acordo, mas em vez disso se trancou em seu bunker e ficou lá até ser pego, diz Anderson.

"Isso foi provavelmente insensato, e ele poderia ter feito um acordo antes e poderia ter ido a algum lugar de maneira consensual. A França poderia ter convencido algum outro país na África francófona a recebê-lo como um eminente refugiado".

Reviravoltas

Quando o líder escolhe sair, geralmente é movido por relações pessoais, diz Anderson, ou por um favor no passado. Ninguém mais na África aceitaria Amin, devido às atrocidades cometidas por seu regime, e ele anteriormente permitiu alguma influência saudita em Uganda, através da construção de mesquitas, por exemplo.

"Para esses países (receptores), é um gesto relativamente beningno, já que esses líderes depostos não podem mais ter uma vida política ativa. Você se recolhe, não dá entrevistas, não vai a público."

Prometer aceitar um líder desgraçado pode trazer paz após uma guerra civil sangrenta, mas a promessa pode ser invalidada depois. Quando o ex-presidente da Libéria Charles Taylos fugiu em 2003, a Nigéria sentiu que era uma responsabilidade regional aceitá-lo, mas depois o liberou quando Serra Leoa pediu sua extradição.

Taylor agora enfrenta 11 processos por crimes e crimes contra a humanidade, mas nega todas as acusações.

"Para que um país aceite alguém como ele, é um ato de solidariedade diplomática pelo qual seus aliados ocidentais o elogiarão e agradecerão, mas o acordo é que ninguém proteste, a menos que o convidado comece a se comportar mal", diz Anderson.

Mas há o risco de que o país receptor seja visto como conivente em relação a qualquer crime atribuído ao líder, diz o professor. Enquanto o ex-presidente do Egito Hosni Mubarak, que está preso após acusações de corrupção e abuso, poderia eventualmente ir parar no Ocidente, ele diz que poucos aceitariam Khadafi.

O alcance da lei agora atravessa continentes e significa que histórias sobre figuras depostas desfrutando de longas aposentadorias num vilarejo ao sol podem cada vez mais se tornar coisas do passado.

A criação do Tribunal Penal Internacional (TPI), em 1998, reduziu o número de países que aceitariam um líder deposto, diz Patrick Smith, editor da revista Africa Confidential.

"O país não poderia ser signatário do TPI, o que deixa boa margem - China, EUA, Rússia e Israel - mas tampouco parte do consenso internacional, então não seria seguro para Gbago ir aos EUA, por exemplo, porque eles o entregariam para o TPI."

Há muita oposição e ceticismo sobre o TPI na África, diz Smith.

"Mas o continente está se movendo na direção geral, de favorecer sistemas internacionais de justiça. Há críticas sobre a forma como o TPI é conduzido, mas em geral há apoio para mais mecanismos para levar tiranos à justiça."

A prisão do ex-líder chileno Augusto Pinochet em Londres, em 1998, marcou um momento chave na aplicação da lei internacional, diz ele, e deu base moral para o TPI, porque potências europeias como a Espanha e a Grã-Bretanha estavam agindo contra um dos "prezados operadores" do Ocidente na América Latina.

Os desenlaces mudaram muito, diz Anderson. Acordos fechados para tirar líderes do poder nunca são revelados em detalhes, mas no passado eles incluiriam alguma forma de impunidade.

"Nos últimos anos, tornou-se menos e menos defensável e é muito notável que os advogados que discutem o futuro de Khadafi venham ressaltando que mesmo que ele seja acolhido para que o conflito chegue a um fim, não poderia haver garantia de impunidade".

"Portanto há um crescente reconhecimento de que a lei e mecanismos internacionais podem vigorar. O TPI não existia há dez anos, então não havia formas de exercer qualquer controle legal." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Fonte: Estadão

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Onde jaz Alexandre, o Grande?


Onde esta a sepultura do venerado conquistador da Antiguidade? Em Mênfis, ou seja, em Saqqara? No oásis de Siwa ou em Bahariya? Na Macedônia, em Verghina? No Líbano?Em Istambul? Ou em Londres? Talvez Veneza? Ultima hipótese: Alexandria – mas onde procurar nessa cidade imensa?

Para enxergar com mais clareza, é preciso retornar à Babilônia, em 10 de junho de 323 a.C. Nesse dia, Alexandre morreu com 32 anos. Os sintomas de sua doença descritos por autores antigos sugerem que o soberano pode ter tido febre tifóide ou malária.

Seus generais demoram dias para entrar em um acordo sobre sua sucessão (ele não tinha herdeiros) e sepultura. Ainda assim, os embalsamadores encontraram o corpo de Alexandre em perfeito estado de conservação.

Milagre inventado para insinuar que o rei já era mais do que um homem? Hoje isso se explica como um coma profundo, típico de fase final da malária ou de febre tifóide. Alexandre ainda estava clinicamente vivo dias depois de sua morte oficial, e só morrera por ocasião da chegada dos embalsamadores.

Começavam os tempos de traição entre os herdeiros de Alexandre. Naquele momento, os homens fortes eram o conselheiro Perdicas e os administradores Crateros e Antípatro, mas ambos moravam bem longe da capital. Também havia Ptolomeu, filho de Lagos; Eumênio, arquivista de Alexandre; e Lisímaco, soldado renomado.

Sem abrir mão da manutenção de um império unitário, eles repartiram entre si os territórios. Ptolomeu obteve o Egito, para onde se dirigiu sem demora com um destacamento do exército.

Onde Alexandre seria enterrado? Os macedônios planejaram enviar o esquife até Aigai (atual Verghina), na Macedônia, onde se encontrava o cemitério da família real. Foi por isso que Perdicas chamou os embalsamadores: tratava-se e preparar o corpo do rei para esperar muitos meses pela partida e suportar uma vigem igualmente demorada.

Para o transporte, foi fabricado um rico carro funerário. O sarcófago tinha a forma do corpo do morto e era de ouro maciço. O cortejo fúnebre partiu em meados de 322 a.C.

Perdicas confiara a condição do cortejo a um amigo. Erro fatal: Ptolomeu, que já controlava o Egito, vendo a procissão sem grande líder e, para reaver o esquife, lançou uma expedição, que fracassou. Ele foi morto diante de Mênfis, sinal de que o corpo de Alexandre estava na cidade. Os restos mortais do príncipe ficaram durante meio século na capital o antigo Egito. Ptolomeu teria colocado Alexandre em uma tumba faraônica, reservada a Nectanebo II, que havia abandonado o Egito em 341 a.C., fugindo de invasões persas.

Como os anos, Ptolomeu I tornou-se rei de Alexandria, e é de supor seu desejo de, nessa nova condição, sepultar ali Alexandre, o Grande. O translado desde Mênfis foi operado por Ptolomeu II, filho de Ptolomeu, perto do ano de 280 a.C. Até hoje, ninguém conhece a localização exata dessa tumba, mas sabe-se que Alexandre, passou a ser venerado como um deus, com cerimônias anuais em sua homenagem.

Cerca de meio século depois, eis que Ptolomeu IV, conhecido como Filopator, decidiu construir um grande cemitério dinástico ao redor da tumba de Alexandre, que mudou de lugar e foi reconstruída.

Assim, o corpo do rei se tornou o signo da legitimidade dos Ptolomeus e da importância da cidade. A nova necrópole real se tornou um centro de peregrinação de visitantes estrangeiros. Os mais prestigiosos foram os grandes romanos que sonhavam ser um novo Alexandre: Julio Cesar, em 48 a.C., entres eles.

O primeiro imperador romano, Otávio Augusto, visitou o local em 30 a.C., logo depois da vitória de Ácio sobre Marco Antônio e Cleópatra. Os despojos de Alexandre foram mostrados ao vencedor e, nessa operação, o cadáver perdeu uma parte do nariz. Nos anos seguintes, outros imperadores romanos, como Calígula, foram prestar homenagem àquele que consideravam seu modelo.

O túmulo de Alexandre foi destruído em várias etapas, entre os anos de 240 a 391. O pior evento foi no dia 21 de julho de 365, quando um violento terremoto, seguido de um tsunami devastador, arrasou Alexandria.

Em 391, explodiu uma revolta cristã e antipagã que levou à destruição do grande templo de Serápis e talvez tenha atingido o que restava do mausoléu. Uma alusão recentemente descoberta em um discurso do orador Libânio indicaria que o corpo foi tirado da tumba para ser exposto publicamente uma ultima vez.

A parti de então, a tumba de Alexandre deixou a Alexandria real para penetrar no imaginário de seus habitantes e de seus visitantes.

Hoje há 160 propostas de identificação da tumba. E o mistério continua

Fonte: revista História viva