terça-feira, 18 de dezembro de 2012

POSSE DA NOVA DIRETORIA DA UPE CAMPUS PETROLINA REUNIRÁ POLÍTICOS, REPRESENTANTES DA EDUCAÇÃO E SAÚDE DA REGIÃO E CONVIDADOS ESPECIAIS


A posse da nova diretoria da UPE Campus Petrolina acontecerá nesta segunda feira, dia 17 de dezembro, às 19 horas no auditório do próprio Campus. O evento marcará o início de uma nova gestão, depois de dezesseis anos geridos por apenas um grupo. Foram eleitos com 59% dos votos válidos os Professores Moisés Almeida e Marta Guimarães para um mandato de quatro anos. A posse será presidida pelo Magnifico Reitor da Universidade de Pernambuco Professor Carlos de Araújo Fernando Calado e contará com duas mesas administrativas: ACADÊMICA, onde foram convidados os representantes da UNIVASF, UNEB, IF-Sertão e FACAPE  e a MESA DE  HONRA, com autoridades políticas, educacionais, civis e religiosas da região.

Confirmaram presença no evento o Prefeito de Petrolina Júlio Lóssio, a presidenta da Câmara de Vereadores Maria Helena, os deputados estaduais Isabel Cristina, Odacy Amorim e Adalberto Cavalcante. Os deputados Federais Fernando Filho e Gonzaga Patriota foram convidados, além da confirmação da presença do Deputado Federal Paulo Rubem. Vários representantes de entidades da Educação e Saúde: Secretarias municipais, escolas privadas, Gerencias Regionais de Educação e Saúde  também confirmaram suas presenças.
Os Diretores Eleitos Professores Moisés Almeida e Marta Guimarães já confirmaram sua equipe de trabalho composta das seguintes pessoas: Coordenação Setorial de Graduação: Professora Gleide Macedo; Coordenação Setorial de Pós-Graduação e Pesquisa: Prof. Paulo Adriano Schwingel; Coordenação Setorial de Extensão e Cultura: Prof. Plínio Amorim; Coordenação Setorial de Apoio as Atividades Acadêmicas: Profa. Silu Caldeira; Coordenadoria de Planejamento: Prof. Claudemiro de Lima Júnior; Coordenação Administrativa e Financeira: Maria Gecilvane Pereira.

O evento é aberto ao público e deverá contar também com a presença dos alunos dos três turnos, além de diretores de outras unidades da UPE, Vice-Reitor, Pró-reitores, Presidentes dos Sindicatos dos Professores da UPE e dos Servidores Técnicos Administrativos.

Por. Moisés Almeida

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Lançamento da 7ª edição da Historien Acadêmica

Foi lançada nesta segunda-feira (19/11),  a 7ª edição da Revista Historien, com a temática 'Índios e Negros no Brasil: análises, perspectivas e iniciativas. 
A equipe Sapientia Et Virtute promoveu uma mesa de debates, composta pelo Profº Dr. Nilton Araújo (UNIVASF),  Profº Gustavo Gomes (UFRPE) e coordenada pelo Profº Harley Abrantes (UPE). Estiveram presentes no evento, estudantes da UNIVASF, docentes e discentes da UPE - Campus Petrolina.



O novo número da Historien já está disponível em http://www.revistahistorien.com/Edicao-7.pdf

domingo, 18 de novembro de 2012

"Convidamos a Comunidade Acadêmica e a População em geral, da região do Vale do São Francisco, para o Lançamento da 7ª Edição da REVISTA HISTORIEN"


Índios e Negros no Brasil: Análises, perspectivas e iniciativas

O lançamento irá ocorrer no dia 19/11/12 (Segunda- Feira), às 19 horas no auditório da Facape.
Na ocasião haverá uma Mesa Redonda para discussão dos assuntos e temas inseridos nesta sétima edição, com os seguintes participantes:
Prof.  Dr. Nilton de Almeida (UNIVASF)
Prof. Gustavo Gomes (Mestrando UFRPE)
Prof.  Msc. Harley Moreira (UPE- Coordenador da Mesa)


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Benjamin Constant aos olhos do público
Museu Casa de Benjamin Constant, fundado no Rio para preservar a memória de um dos artífices da República, completa 30 anos


por Marco Antonio Barbosa


No ano em que a Proclamação da República chega a seu 123º aniversário, a memória de um de seus mais importantes artífices atinge um marco histórico. Em outubro, o Museu Casa de Benjamin Constant, no Rio, completou 30 anos de fundação. Documentos, cartas, jornais, livros, fotos e objetos pessoais (são mais de 30 mil itens no total) fornecem um panorama não apenas da vida e carreira de Constant (1837-1891), mas também de três gerações de seus descendentes, como o general Pery Constant Bevilaqua, ministro do Superior Tribunal Militar (1889-1990) e neto do militante republicano.


A construção, datada de 1860, é uma casa de chácara no bairro de Santa Teresa, de onde se tem uma vista privilegiada da baía da Guanabara. Além do material de pesquisa (aberto à consulta pública), artigos pessoais de Constant, como roupas, móveis, coleções de quadros e esculturas e até utensílios de cozinha, compõem o acervo.

Fonte:

http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/benjamin_constant_aos_olhos_do_publico.html

sábado, 3 de novembro de 2012

MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA


SEMINÁRIO

KOLOFÉ: mitos, histórias e simbologias

 
Em comemoração ao Mês da Consciência Negra, a CASA DO CARNAVAL, o Núcleo da Cultura Afro-Brasileira e a Gerência de Formação Cultural da PREFEITURA DO RECIFE realizarão o seminário KOLOFÉ: mitos, histórias e simbologias, nos dias 12, 13, 14 e 19 de novembro de 2012, das 14h às 17 horas, no auditório da Livraria Cultura – Shopping Paço Alfândega. O evento será direcionado a religiosos e pesquisadores das casas de matriz africana; estudantes das áreas de história, ciências sociais, pedagogia, turismo, entre outros interessados pela temática. O seminário terá carga horária total de 16 horas e discutirá, entre outros assuntos, a diáspora africana e a circularidade cultural resultante desse processo; mitos, experiências religiosas, histórias de vidas e a salvaguarda da memória cultural afro-brasileira também estão na pauta dos temas que serão debatidos amplamente durante o evento, sobretudo, nos dias 12, 13 e 19 de novembro. O dia 14, especialmente, está reservado para uma visita técnica no Ilê Axé Oyá Megê / Casa Xambá, no horário da tarde. Os interessados em participar, devem se dirigir ao Núcleo da Cultura Afro-Brasileira, no Pátio de São Pedro, no período de 06 a 08 de novembro de 2012, das 10h às 16 horas. As inscrições são gratuitas.
Vagas Limitadas
 
INSCRIÇÕES
Período: 06 a 08/11/2012 - Núcleo da Cultura Afro-Brasileira – Pátio de São Pedro
Horário: 10h às 16 horas / Informações: 3355-3302 / 3303 / 3100 / 3199
PROGRAMAÇÃO
 
LOCAL: AUDITÓRIO LIVRARIA CULTURA – SHOPPING PAÇO ALFÂNDEGA
 
DIA 12/11 (segunda-feira)
 
13h CREDENCIAMENTO
 
14h - MESA DE ABERTURA
Albemar Araújo – Gerente Operacional de Formação Cultural / FCCR
Claudilene Silva – Gerente do Núcleo da Cultura Afro-Brasileira / SECULT
Zélia Sales – Gerente de Preservação do Patrimônio Cultural Imaterial / SECULT
 
 
14h30 - MESA TEMÁTICA: Experiências Compartilhadas: histórias, cotidiano e cultura dos africanos e seus descendentes
 
Palestrantes
Gustavo Manoel da Silva Gomes – Historiador e Professor Mestrando em História Social da Cultura / UFRPE
Mário Ribeiro – Historiador e Professor Doutorando em História / UFPE
Mediadora: Claudilene Silva – Professora Doutoranda em Educação / UFPE
 
15h30 - Exibição do Documentário Atlântico Negro: na rota dos orixás
16h30- Plenária
17h - Encerramento
 
 
DIA 13/11 (terça-feira)
 
14h - MESA TEMÁTICA: Um legado e muitas histórias: oralidade, ancestralidade e salvaguarda de culturas milenares nas casas de matriz africana 
 
Palestrantes
Mãe Lu de Oxalá – Ilê Axé Oxum Opará / Afoxé Ará Odé
Lourdinha de Oyá- Yabá do Ilê Axé Oyá Megê / Centro Espírita Santa Bárbara (Nação Xambá)
Albemar Araújo –Ojuwobá de Xangô do terreiro de Umbanda, Jurema e Nagô Pai Francisco
 
16h- Plenária
17h - Encerramento
 
 
 
DIA 14/11 (quarta-feira)
 
Visita Técnica ao Memorial Severina Paraíso da Silva (Mãe Biu)
Palestra com Hildo Leal – historiador e responsável pelo Memorial
 
Local de concentração: Livraria Cultura
Horário de saída e chegada: 14h / 17 horas
 
DIA 19/11 (segunda-feira)
 
14h – Mesa Redonda com todos os palestrantes e intervenções da plenária
16h30 – Entrega dos certificados
17h - Encerramento
 
 
 
INSCRIÇÕES
Período de Inscrições: 06 a 08/11
Local: Núcleo da Cultura Afro-Brasileira – Pátio de São Pedro
Horário: 10h às 16 horas
Informações: 3355-3302/3303/3100/3199  

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

DA ÉTICA À AVENIDA DO MEU BRASIL BRASILEIRO


Moisés Almeida[i]

Ao abrir as redes sociais hoje me deparei com várias postagens sobre o final da novela Avenida Brasil. Soube que o Brasil “parou” para ver o desenlace da trama. Ao observar tantos “posts”, me lembrei da aula ministrada no curso de Direto sobre Ética e Valores, quando utilizamos o livro de Nelson Saldanha “Ética e História” para tratarmos da ética na contemporaneidade. A reflexão desses escritos nos alertava para a força que tem os “mass média” hodiernamente: “O tremendo do­mínio dos meios de comunicação sobre os ho­mens constitui hoje, como se sabe, uma presen­ça ambivalente. Presta informações que abran­gem o planeta inteiro, e poderia com isto ter enorme utilidade pedagógica; mas por outro lado — e, sobretudo, em função de interesses econômicos —, entroniza a vulgaridade e mani­pula o público oferecendo-lhe valores distorci­dos.” (SALDANHA, 2007, p. 21). Valores distorcidos? Somos manipulados? Vulgaridade na TV? Será que um dos capítulos da novela feriu a moral familiar? Estou apenas perguntando e não afirmando. “A ‘moral familiar’ dos últimos séculos, vista como hipó­crita por seus críticos — e com alguma razão —, vai sendo trocada por uma mistura de permissividade e pragmatismo. (SALDANHA, 2007, p. 22). Permissividade? Estamos num tempo em que se permite tudo? Alguém, que eu nem sei quem foi o personagem, - pois, por ironia do destino assisti apenas os dois últimos capítulos da trama final  - casou-se com três mulheres. De alguma forma esse ato da vida irreal abalou a moral familiar conservadora brasileira? Vida irreal? É apenas trama, drama ou desejo de parte dos homens brasileiros? Pontos para nossa reflexão. Repito, estou apenas perguntando. A Filosofia nos ensina a perguntar. Aprendi com Platão que dizia que Sócrates era o perguntador implacável, porque nada sabia: “só sei que nada sei”.
Em nossas reflexões na aula de Filosofia e Ética constamos que os meios de comunicação têm pautado a ordem do dia. No trabalho, em casa, no lazer, não se fala em outra coisa, senão no que dita a poderosa telinha. Sentamos nos bares da vida para falar da ficção de outrem. “A ciência, a política, a arte tentam substituir a religião e embasar a ética — ou pôr-se em seu lugar. Mas o que vem realmente pondo-se no lugar da ética são os ‘meios de comunicação’". (SALDANHA, 2007, p. 27).
Quanto às instituições que foram postas em “descenso”, família, religião, escola resta-os concorrer deslealmente com o que determina o poder do capital/consumo veiculado nos “outdoors” da vida, através do touch screen dos celulares, dos monitores de computador e principalmente dos LEDs da TV. No facebook dos dias 19 (noite) e 20 não se falava em outra coisa, senão no final da novela que rendeu aos cofres da “Vênus Platinada”, segundo informação da revista “Forbes” dois bilhões de reais, pagos por anúncios publicitários que valiam até US$ 400 mil por uma aparição de 30 segundos.  “Tal como para Marx a alienação assentava, sobretudo na ‘estúpida compulsão do trabalho’, talvez a nossa assente, mais do que em qualquer inculcação ideológica, ‘na estúpida compulsão do consumo’. Aliás, as duas compulsões estão hoje mais interpenetradas do que nunca. Dantes, o operário procurava que o seu tempo livre fosse o contrário do trabalho. Hoje, o tempo livre é cada vez mais semelhante ao tempo de trabalho. E não me refiro apenas ao tempo homogêneo e abstrato que, tal como o do trabalho, domina o turismo organizado. Refiro-me ao tempo do quotidiano, ao jogging, ao exercício físico, à maquilhagem, à aparência física cada vez mais importantes como forças produtivas do trabalhador, sobretudo do trabalhador de serviços, que vende tanto o trabalho da aparência física como qualquer outro que tem de fazer. (SANTOS, 1995, p. 110). Os anúncios da novela venderam, sobretudo, aparência.
E a novela da vida real continua, nas avenidas de cada rua desse imenso Brasil, seduzido pelo poder da “mediação” que nos é oferecida todos os dias, pois vale a pena mesmo viver o irreal e ética da consciência normativa que fique pra depois. Para que reformar pensamentos e intenções?
Só me resta mesmo a saudade do meu Brasil "terra boa e gostosa, da morena sestrosa, de olhar indiferente. Brasil, samba que dá para o mundo se admirar. O Brasil do meu amor, terra de Nosso Senhor. Abre a cortina do passado e tira a mãe preta do cerrado, bota o rei congo no congado e canta de novo o trovador. Saudade do meu Brasil... brasileiro".


[i] Mestre em História e Prof. Assistente da FACAPE e UPE.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012


Encontro de História e Cultura Indígena e Afrodescendente

Por Paulo Henrique Carneiro
Equipe de Edição - Revista Historien

Mais uma vez o Colegiado de História da UPE, Campus Petrolina, promoveu a Semana de História e Cultura dos Povos Indígenas e Afrodescendentes entre os dias 09 e 11 de setembro de 2012. O evento contou com a colaboração dos parceiros IF- Sertão, Revista Historien e o Centro Acadêmico de História Quilombo dos Palmares (Gestão Nego D’água).

Com uma programação contempladora das problemáticas que vem permeando as discussões relacionadas à temática proposta espalhados não só pelo país, a semana conseguiu cumprir seu objetivo através dos ricos debates promovidos por mesas redondas, minicursos, oficinas, simpósios temáticos e apresentações culturais. 


A Semana ainda apresentou uma bela exposição fotográfica fruto de um trabalho de mapeamento dos quilombos do estado da Paraíba realizado por Alberto Banal e recolheu assinaturas para fortalecer o movimento que se posiciona contra a retirada da estátua de Mãe D’água, do artista juazeirense Lêdo Ivo, posta em uma pedra à margem esquerda do Rio São Francisco. A estátua, símbolo da influência negra africana no vale do São Francisco, tem sofrido com a intolerância religiosa encabeçada pelo vereador Osinaldo, da Câmara de Petrolina, e a organização do evento, não esvaziando o debate, se posicionou oportunamente diante das comunidades que participaram da Semana.


O encerramento não poderia ser diferente. A mesa final tratava exatamente de manifestações religiosas afrodescendentes alargando, como toda a programação, nossas possibilidades de pesquisa assim como a aceleração desconstrutiva dos preconceitos que ainda estão presentes em nosso cotidiano.


Acreditamos que a contribuição do evento para o crescimento acadêmico, histórico, pessoal... De todos os envolvidos foi imensamente importante, deixando grande expectativa para os próximos.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Semana Universitária UPE 2012



De 16 a 18 deste mês de outubro, a Universidade de Pernambuco (UPE), através da Pró-reitoria de Extensão e Cultura, realiza a Semana Universitária 2012, com o tema: “Um olhar para a sustentabilidade”.O evento acadêmico propõe atividades de difusão e saberes nas diversas áreas do conhecimento.
Oficinas, palestras, mesas-redondas, cursos, manifestações culturais e prestação de serviço são ações que ganham destaque na programação, que acontece, em diversos horários, nas unidades de ensino e hospitais administrados pela UPE em todo estado. Este ano, para participar, os interessados devem realizar as inscrições diretamente nos campi da Universidade. 
Saiba mais. Clique aqui

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Inscrições para Encontro sobre Cultura Indígena e Afrodescendente tiveram início hoje na UPE - Campus Petrolina




As inscrições para o encontro sobre a Cultura Indígena e Afrodescendente que será realizado de 09 a 11 de outubro, foram iniciadas nesta segunda feira, na UPE Campus Petrolina. Segundo os organizadores do evento, desde a aplicação das políticas afirmativas ligadas à Educação, a partir dos últimos governos federais, evidenciou-se, ainda mais, o problema da falta de capacitação dos professores para o enfrentamento da diversidade cultural nas escolas. “Podemos afirmar que ainda são poucas as instituições escolares que se organizam para uma renovação do ensino. Muitas vezes, oculta-se o genocídio e o etnocídio praticados contra as populações indígenas, assim como o racismo que envolve a população afrodescendente no Brasil”, afirmou Harley Moreira, professor do Colegiado de História e coordenador Geral do Encontro.  
Nas universidades, a nova lei de cotas sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, obriga a enfrentar as discussões relativas aos destinos do ensino superior.  “Somos conscientes de que alguns dos grandes problemas ligados à História e à cultura dos povos indígenas e afrodescendentes dizem respeito ao avanço das pesquisas, ao desenvolvimento da formação de professores e à conscientização nas escolas, por isso,propomosa organização de um Encontro Acadêmico com palestras, simpósios e atividades culturais, envolvendo escolas, Institutose universidades da região do Vale do São Francisco nas discussões que circulam a temática”, destacou o coordenador geral. 
O evento é uma realização do Colegiado de História com parceria do IF Sertão. As inscrições poderão ser efetuadas das 15 às 21 horas, na entrada da UPE Campus Petrolina. Mesmo quem enviou resumo para o site deverá validar sua inscrição presencialmente,  no Campus. A taxa de participação é de R$ 15,00 com direito a palestras, oficinas, minicurso, mesas-redondas. O evento é direcionado a todos que se interessam pela temática indígena e afrodescendente.

Por. Prof.Ms. Moisés Almeida – Comissão Organizadora

Aos 95 anos, falece Eric Hobsbawm.


O Historiador Eric Hobsbawm morreu nesta segunda-feira, dia 1º de outubro, após um "longo período doente", diz o site do jornal The Guardian. Nascido em Alexandria, no Egito, e cidadão britânico, Hobsbawm é o autor da trilogia "A Era das Revoluções", "A Era do Capital" e "A Era dos Impérios", sobre o período entre 1789 e 1914. Marxista de formação, também escreveu "A Era dos Extremos".

A informação sobre a morte do historiador no hospital Royal Free de Londres veio da filha dele, Julia, diz o Guardian. Nascido em 1917, Eric Hobsbawm era professor emérito da Universidade de Londres e suas convicções marxistas fizeram dele uma figura polêmica, apesar dele ter influenciado numerosos estudiosos na área da história ociental.

Hobsbawm defendia o socialismo mesmo após o colapso da União Soviética, após o fim da Guerra Fria. De acordo com o Guardian, ele teria dito que nunca tentou "diminuir as coisas terríveis que aconteceram na Rússia", mas que ele "acreditou que um novo mundo estava nascendo em meio a lágrimas, sangue e horror" no projeto inicial do comunismo.

No Reino Unido, o historiador disse ter ficado decepcionado com a gestão de Tony Blair, que era do Partido Trabalhista.

Com sua morte, ele deixa os filhos Joshua, Julia e Andy Hobsbawm, além de sete netos e um bisneto.

Fonte: Exame

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Encontro de História e Cultura dos Povos Indígenas e Afrodescendentes



09 a 11 de outubro de 2012.

Resumos para apresentação em simpósio temático devem ser encaminhados para revista_historien@ig.com.br até dia 26/09.


Os trabalhos completos devem ser encaminhados até o dia 26/10, também para o email acima, e serão publicados na edição 7 da Revista Historien. 



Informaçoes sobre minicursos,horarios , mesas redondas entre outras ,consultar o presente Blogger.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Programação do Encontro de História e Cultura dos Povos Indígenas e Afrodescendentes


O encontro será promovido pelo Departamento de História da  Universidade de Pernambuco - Campus Petrolina e acontecerá de 09 a 11 de outubro.
CERIMÔNIA DE ABERTURA E ATRAÇÃO CULTURAL
16 h 30 às 18 h 30 - MESA 1: Culturas indígenas e ensino de História
Ms. Patrícia Navarro (09/10 – TERÇA-FEIRA
15 h15 – UEFS) – Antropologia dos povos indígenas
Ms. Zeneide rios (UEFS) – Povos Indígenas e ensino de História
Ms. João Luís da Silva (IF-Sertão) - Povos indígenas e Educação no Sertão Pernambucano
19 h 30 às 21 h 30 - MESA 2: POLÍTICAS AFIRMATIVAS E COTAS RACIAIS
Ms. Harley Abrantes (UPE)
Drº. Nilton Araújo – (UNIVASF)
Drº. Cláudio de Almeida - (UNIVASF)
10/10- QUARTA-FEIRA
15 h 30 às 16 h 15 – MESA 3: CULTURAS, RAÍZES, LUTAS E HISTÓRIAS
– Jorge Rodrigues Barbosa - Babalorixá e Bacharel em Segurança de Trabalho– Presidente da AECAB e liderança do Terreiro Ylê Asé Opô Oycidê , Petrolina, PE
- Rafael - Liderança jovem do povo Truká.
16 h 15 às 18  h 15 – MESA 4: COMUNIDADES QUILOMBOLAS: OLHARES E DEBATES
Drº. Alberto Banal (Universidade de Milão)
Drª.  Carmélia Miranda (UNEB)
Givânia Conceição - INCRA
19 às 22 h
v  MINICURSOS:
·         Ms.Herlon Alves Bezerra (IF-Sertão) – Interculturalidade Crítica
·         Ms.Tatiane Bernardon (IF-Sertão) – Doença, Saúde E População Afrodescendente
·         Ms. Patrícia Navarro (UEFS) – Antropologia dos povos Indígenas: Cultura e diversidade dos índios no Brasil
·         Drº. Mário Sá (UFGD) - "Umbanda: essa marginália sagrada".
v  SIMPÓSIO TEMÁTICO: História e Cultura dos Povos Indígenas e Afrodescendentes
v  OFICINAS:
  • Abayomi, uma boneca de pano negra como possibilidade didática
Camila Alves Correia e Maria do Socorro Fonseca
  • Dança Afro
Ioná Ribeiro
  • Projetos fotográficos e comunidades Quilombolas
Alberto Banal e Marco Antônio Tessaroto
 11/10- QUINTA-FEIRA
15 h 30 às 17 h  - MESA 5: POVOS INDÍGENAS, AFRODESCENDENTES E AS PESQUISAS LOCAIS
Ms. Clécia Simone Gonçalves Rosa (IF-Sertão): “Educação Contextualizada no Espaço Semiárido”
Drª. Ivete Aparecida da Silva Ota (UPE e IF-Sertão): “A negritude em perspectiva discursiva”
Esp. Edivania Granja da Silva Oliveira (IF-Sertão): “Educação das Relações Étnico-Raciais e Comunidades Tradicionais”
17 às 18 h: Lançamento de livros
19 h 30 às 21 h 30 - MESA 6: RELIGIOSIDADES AFRODESCENDENTES
Dr. Mário Teixeira Sá (UFGD): "Os Discursos de Controle Sobre as Práticas Religiosas Afro-Brasileiras (1889-1950)"
Drª. Elizete da Silva (UEFS): "Relações entre protestantes e adeptos dos cultos de matrizes africanas no Brasil"
Ms. Paula Galrão (UNIVASF): "Aprender Religião em Contextos de Pluralismo e Trânsito Religioso"

terça-feira, 11 de setembro de 2012

DOM JOSÉ RODRIGUES: MEMÓRIAS DE UMA REFERÊNCIA PESSOAL QUE SERÁ ETERNA

Por Moisés Almeida¹


Na década de 1980 conheci“um pequeno GRANDE HOMEM” José Rodrigues de Souza, Bispo da Diocese de Juazeiro-BA. Na época eu trabalhava na Emissora Rural a Voz do São Francisco como operador de áudio. Aquele pequeno homem de cigarro na mão andava pelos corredores da Rádio um pouco antes das dezoito horas, às sextas feiras. Chegava sempre de fusca acompanhado de Paulo Bispo para apresentar seu programa “Semeando a Verdade”. Aproveitava aqueles momentos para reler um texto datilografado, produzido especialmente para sua fala durante o programa. Quase sempre fazia um relato de suas viagens pastorais e aproveitava datas santificadas, comemorativas, cívicas para dar uma “aula de História”. Através desses programas me inteirei de três fatos envolvendo manifestações populares: Contestado, Canudos e Pau-de-Colher. Hoje esses eventos são parte de minhas linhas de investigação.

Em 1990 fui convidado à apresentar um programa radiofônico (A Voz do Velho Chico) em conjunto entre a Pastoral Rural da Diocese de Petrolina e a Comissão Pastoral da Terra da Diocese de Juazeiro. Nessas idas e vindas entre esses dois lugares, estreitei meus laços com o lado baiano e fui me aproximando de Dom José. Em 1991, o então representante da CPT no programa radiofônico, o falecido Padre José Carlos me fez um convite para ser o coordenador do Setor de Comunicação Social daquela Diocese.  Prontamente aceitei o desafio e na metade daquele ano estava eu no setor de comunicação aprendendo junto a Dom Joséproduzir/montar o jornalzinho da Diocese “Caminhar Juntos”.  Outras aulas surgiram, especialmente de língua portuguesa, pois na correção do jornal -  todo escrito pelo bispo - aproveitava a oportunidade para me ensinar as regras gramaticais. Ele não ia dormir enquanto eu não diagramasse o jornal e às vezes ficava no Setor de Comunicação até perto de uma hora da manhã esperando o material para levar para sua casa, e,antes das seis deixava em cima da minha mesa para as correções finais. Quando o jornal ficava pronto, separava por paróquia e colocava nas caixinhas. Todo cuidado era pouco, pois tinha um zelo muito grande pela informação.

Eram duas paixões de Dom José Rodrigues: a informação e a leitura. Fui agraciado na sua paixão pela informação, pois foi neste Setor de Comunicaçãoque permaneci durante sete anos, sempre sendo apoiado por esse Pastor. Não tive nenhum projeto apresentado a ele que não fosse apoiado e grandes realizações conseguimos construir no tempo em que fiquei na Diocese: rede de comunicadores populares, integração das paróquias via fax, produção de jornal noticiário em rádio comercial, locadora de vídeos educativa, produtora de vídeos entre outros.
Admirava ver o gosto de Dom José pela Biblioteca Diocesana. Todas as manhãs, entrava na biblioteca, arrumava os livros, separava as sessões, atendia inclusive o público, quando a bibliotecária não conseguia encontrar os materiais solicitados. Assinava jornais e revistas e minuciosamente recolhidas informações relevantes para pesquisa e classificava-os em pastas. Quantas encadernações a biblioteca tinha, em função desse cuidado de Dom José!  Era aposentado e os recursos de sua aposentadoria foram empregados na compra de livros.
Quando chegava uma visita, dois lugares eram certos para que ele pudesse mostrar: a biblioteca e o setor de Comunicação. Nesse último, recebemos a visita de Cardeais e até mesmo do ex-presidente Lula para uma entrevista.
Era metódico e gostava muitas vezes de ficar sozinho em sua casa. Da janela do seu quarto olhava o movimento. Certa vez eu estava no setor de comunicação em final de semana (era folga de sua empregada D. Pedrina)e ele apareceu de repente com a camisa ensanguentada, rosto com alguns pontos; tomei um susto. Perguntei: o que houve Dom José? Ele me respondeu que o ônibus que vinha de Recife tinha descido uma ribanceira e ele tinha batido o rosto na cadeira. Veio solicitar minha ajuda para comprar os remédios que o médico passara. Rara oportunidade de contato solicitando apoio em dias que estava solitário.

Para receber visitas era necessário marcar com antecedência; atendia sempre o telefone pelo número. Tinha dias que não queria receber autoridades. Lembro-me de uma visita que Lula, então candidato a presidente da República fez a Juazeiro, numa viagem ecológica pelo Rio São Francisco; ele me informara que por conta das insinuações na imprensa que ele estava apoiando-o, não iria receber ninguém, iria deixar a campainha da casa desligada. Pela manhã encontrei Leonardo Boff (Importante teólogo e amigo do bispo) na porta da casa bispo batendo, sem ninguém atender. Eu disse Leonardo, o bispo hoje não vai receber ninguém. O ex-Frei deu meia volta e foi embora. No outro dia relatei o ocorrido, ele apenas ouviu e não me disse nada.
 Custou a ter um aparelho de TV em casa e a sua biblioteca particular era seu aposento. Quando fomos coordenar o setor de Comunicação realizamos um trabalho de aproximação de Dom José com a imprensa. Não foi uma tarefa fácil. Mas aos poucos, com a nossa contribuição,os repórteres conseguiam bater em sua casa e ser atendidos (marcando com antecedência, é claro). Não dava entrevista sem se preparar, pois primava pelo conteúdo e especialmente pelas justificativas da informação à luz da sagrada escritura.
Fez poucas visitas ad liminaao Papa e certa vez me contou que em Roma, ao visitar João Paulo II, andandono corredor de uma sala do Vaticano, Joseph Ratzinger (Bento XVI)na época prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, esperando-o com uma cartilha da Campanha da Fraternidade (A Diocese de Juazeiro preparava sua própria cartilha) indagou-o sobre as questões politicas no conteúdo daquele documento. Dom José mostrou ao Cardeal as várias indicações e leituras da Bíblia na Cartilha e disse: se essas referências da Bíblia são referências políticas, então a cartilha é política. O Cardeal se calou.

Viajei algumas vezes com ele, tomando o lugar de motorista. Se a vigem durasse duas ou três horas, não me deixava um só momento sem conversa. Era outro Dom José que no dia a dia mostrava-se fechado e calado, mas nas viagens e horas de lazer transformava-se num conversador implacável.
Seu destino foi traçado em Juazeiro com Nossa Senhora das Grotas,a quem tanto amava. Seu legado social, político, religioso não deve ser esquecido nunca. Partir um dia após as festividades do cinquentenário da Diocese, na festa de sua padroeira, seloude vez seu destino. Não teria momento melhor para seu encontro com o Pai. 
Tenho muito a falar desse Pastor, minha referência primeira. Posso dizer que parte da minha intelectualidade devo ao trabalho que desenvolvi na Diocese de Juazeiro ao lado de um Grande Homem. Aprendi que ser Cristão é ter preferência pelos pobres e excluídos; consegui fazer outras leituras da prática do catolicismo nas diversas pastorais sociais: da mulher marginalizada, da PJMP, da CPT, dos Pescadores e muitas outras. Encantei-me com a celebração eucarística encarnada, simples, sem aquela oficialidade vaticana.  Acreditei que o Evangelho pode e deve ser fonte de libertação dos pobres, oprimidos, marginalizados. Continuo ainda perseguindo esse ensinamento, mesmo tendo parte da Igreja Católica se afastado dessa referência. Minha vida mudou, meus projetos de vida foram modificados. Dom José Rodrigues, sua prática, sua luta, sua simplicidade e seu testemunho me fizeram entender que a vida tem um sentido cristão.“Deus não escolheu os pobres porque com eles é mais fácil trabalhar. Muito pelo contrário, é mais difícil. Ele não os escolheu para que os opressores lhes façam caridade e lhes dêem esmolas. Pelo contrário. Do opressor Deus não exige esmolas e sim justiça. [...] Nos pobres existem as sementes e a fonte do futuro da humanidade. Pela força do amor divino, esta semente brotou a terra, começou a crescer, formou um caule e deu uma flor, transformou-se em espinho e deu como fruto a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Até hoje esta mesma semente brota neste mundo, onde quer que os oprimidos, animados pela sua fé em Deus, nos homens e na vida, ofereçam resistência contra a opressão e a morte, sem deixar-se corromper pela mentalidade dos seus opressores”. (DOM JOSÉ RODRIGUES apud PATER, 1996, p. 54-55).  Devo e agradeço por ter convivido realmente com uma PESSOA DE CRISTO. Que vá em paz e que sua memória seja eterna. Muito grato!


 ¹Professor Assistente da Universidade de Pernambuco e Autarquia Educacional do Vale do São Francisco.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Nem as Margens Ouviram


“Independência ou Morte!” Consagrado pela História, o Grito do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822, quase não causou repercussão entre seus contemporâneos. Na imprensa do Rio de Janeiro, somente o número de 20 de setembro do jornal O Espelho exaltou “o grito acorde de todos os brasileiros”. Na prática, a Independência estava longe de chegar.


Três séculos depois do descobrimento, o Brasil não passava de cinco regiões distintas, que compartilhavam a mesma língua, a mesma religião e, sobretudo, a aversão ou o desprezo pelos naturais do reino, como definiu o historiador Capistrano de Abreu. Em 1808, os ventos começaram a mudar. A vinda da Corte e a presença inédita de um soberano em terras americanas motivaram novas esperanças entre a elite intelectual luso-brasileira. Àquela altura, ninguém vislumbrava a ideia de uma separação, mas esperava-se ao menos que a metrópole deixasse de ser tão centralizadora em suas políticas. Vã ilusão: o império instalado no Rio de Janeiro simplesmente copiou as principais estruturas administrativas de Portugal, o que contribuiu para reforçar o lugar central da metrópole, agora na América, não só em relação às demais capitanias do Brasil, mas até ao próprio território europeu.


O auge do questionamento das práticas do Antigo Regime aconteceu em 24 de agosto de 1820, quando estourou a Revolução Liberal do Porto. Clamava-se por uma Constituição baseada nas liberdades e direitos do liberalismo nascente. A revolução teve importante eco no Brasil, por meio de uma espantosa quantidade de jornais e folhetos políticos. Durante todo o ano de 1821, porém, não surgiu nesses impressos qualquer proposta favorável à emancipação.
Até o início de 1822, ninguém falava de Brasil. Ao partir para as Cortes de Lisboa, para a discussão da Constituição do Reino, os deputados americanos pensavam apenas em suas “pátrias locais”, ou seja, em suas províncias. Só os paulistas demonstraram alguma preocupação em construir uma proposta para o conjunto da América portuguesa. Nem por isso abriam mão da integridade do Reino Unido: sugeriam o Brasil como sede da monarquia, ou então a alternância da residência do rei entre um lado e outro do Atlântico. “Independência” significava, antes de mais nada, autonomia.


Ao longo daquele ano, porém, o discurso se radicalizou. A insatisfação com a metrópole crescia, pois das Cortes vinham propostas para retomar algumas das antigas restrições políticas e econômicas que tinham limitado a autonomia do Brasil no passado. Junto com o projeto constitucionalista surgia a ideia separatista, embora ainda não direcionada a toda a América portuguesa.


Considerada na época como a data que oficializou a separação do Brasil de sua antiga metrópole, a aclamação de Pedro I como imperador, em 12 de outubro de 1822, não significou a unidade política do novo Império. A proposta foi aceita pelas Câmaras Municipais de Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Pernambuco titubeou durante algum tempo. Por causa das dificuldades de comunicação, Goiás e Mato Grosso só prestaram juramento de fidelidade ao Império em janeiro de 1823. Enquanto isso, Pará, Maranhão, Piauí e Ceará, além de parte da Bahia e da província Cisplatina, permaneceram leais a Portugal, refratárias ao governo do Rio de Janeiro. Foram tempos de guerra. No início de 1823, enquanto várias províncias já escolhiam seus deputados para a Assembleia Legislativa e Constituinte do Rio de Janeiro, o Maranhão elegia deputados para as Cortes ordinárias de Portugal.


Enfim, apesar dos horrores da guerra e das tensões que não desapareceram, esboçou-se pela força a unidade territorial do Brasil. Mas o rompimento total e definitivo mantinha-se sub judice. Afinal, o imperador era português e sucessor do trono dos Bragança. Capaz, portanto, de reunir novamente, após a morte do pai, os dois territórios que o Atlântico separava.


Somente em 1825, depois de demoradas negociações, D. João VI reconheceu a Independência, em troca de indenizações. Mesmo assim, o gesto veio sob a forma de concessão, transferindo a soberania do reino português, que ele detinha, para o reino do Brasil, sob a autoridade de seu filho. E D. João foi além: reservou para si o título de imperador do novo país, registrado nos documentos que assinou até sua morte, em 1826.


Os laços de sangue faziam da Independência um processo ambíguo e parcial. Foi preciso esperar outra data, a da abdicação de D. Pedro I, em 7 de abril de 1831, para que se rompesse definitivamente qualquer vínculo do Brasil com Portugal. Assumia o poder um soberano-menino, também ele um Bragança, mas nascido e criado no Brasil. No linguajar dos exaltados do período regencial, acabava-se “a farsa da independência Ipiranga”.


Lucia Bastos Pereira das Neves é professora titular de História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e autora de Corcundas e constitucionais: a cultura política da Independência (1808-1822) (Revan, 2003).

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Encontro de História e Cultura dos povos Indígenas e Afrodescendentes  

O prazo para envio de resumos sera até dia 23/09, para o email revista_historien@ig.com.br
Normas para resumo:

Titulo em caixa alta e em negrito, nome do autor centralizado e, entre parênteses, instituição, titulação, e e-mail do autor.

Resumo de 1.200 caracteres
Fonte Times New Roman
Espaço 1,5
Fonte 12
3 palavras-chaves
Texto do resumo justificado

(Obs: Os resumos devem ser salvos em formato Word 97-2003 ou Word 2007 )

As normas editorias para o artigo completo estão nesse endereço: http://revistahistorien.com/Normas%20para%20trabalho%20completo.pdf

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Encontro de História e culturas dos povos Indígenas e Afrodescendentes

O evento, acontecerá nos dias 9, 10 e 11 de outubro de 2012, na UPE-Campus Petrolina. Esta aberta a partir de hoje a chamada do simpósio temático:

História e cultura dos povos indígenas e afrodescendentes

O artigo completo deve ser enviado até as 23:59 hs do dia 26/10.

Resumo e artigo devem ser enviados para o é-mail : revista_historien@ig.com.br 

Mais informações: www.revistahistorien.com

Sobre as normas de Publicação: www.revistahistorien.com

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Chamada de publicações - Edição 7

A equipe Sapientia et Virtute, juntamente com o Colegiado de História da UPE Petrolina, comunica à comunidade acadêmica sobre a abertura de colaborações para a edição 7 da Revista Historien, a ser lançada no dia 20/11/2012.

Temática: História e Cultura dos Povos Indígenas e Afrodescendentes.
Prazo: 23/08 até 26/10.

As propostas devem ser encaminhadas para o email revista_historien@ig.com.br. As normas editoriais podem ser conferidas no site www.revistahistorien.com.

As seções a serem preenchidas são: História em foco (Dossiê temático), Artigos (sobre temáticas variadas), Resenhas, Perfis (análise crítica sobre personagens históricos) e História na tela (reflexão sobre filmes históricos).

Atenciosamente,

Equipe de Edição
Sapientia et Virtute

                      Ford na Amazônia                            


Diante do aumento do preço do látex no início do século XX, o magnata da indústria automobilística decidiu criar sua própria fábrica de borracha no coração da floresta tropical brasileira. Nascia, assim, a Fordlândia

por Victor Battagion


                                     (C) Hart Preston/Time & Life Pictures/Getty Images

American way of life na selva: as residências dos trabalhadores pareciam um bairro suburbano dos Estados Unidos em pleno coração do Pará

Quando chega a noite, começam os ruídos e cantos de pássaros. Entre uma grande cisterna e uma pitoresca igreja de paredes brancas, a minúscula cidade de Fordlândia está mergulhada no nada. Seu único porto está deserto, com apenas dois barcos a motor amarrados. Um imponente hangar metálico, envolvido por cipós, recebe os improváveis visitantes vindos em lanchas. As três principais avenidas, de terra, são margeadas por casas de madeira, telha metálica e tijolo. A luz de alguns lampadários rasga a escuridão, criando reflexos em duas ou três motos. “É raro ver estrangeiros por aqui. Os últimos foram jornalistas britânicos que se aventuraram a contar a história do projeto do sr. Ford”, conta Luís, proprietário de uma das duas pousadas da região. “Como você pode ver, a Fordlândia é uma cidade fantasma. Não tem restaurante, não tem hotel, muito menos lojas de suvenires. Bem-vindo ao fim do mundo”, brinca. As acomodações se resumem a um quarto sóbrio, com duas camas de solteiro, e um banheiro sumário. E o barulho da floresta lá fora.


Nos anos 1920, o insano projeto de criar uma unidade de produção de borracha na Amazônia começou a germinar na cabeça de Henry Ford (1863-1947), o inventor da linha de montagem na indústria automobilística. Naquela época, o mercado do látex estava sob domínio dos ingleses, proprietários de gigantescas produções de seringueiras no sudeste da Ásia. O magnata americano dos automóveis, obrigado a desembolsar altas somas para conseguir a matéria-prima para a fabricação de seus pneus, decidiu acabar com o monopólio britânico. Ainda mais porque estava a ponto de lançar um novo modelo de carro, o Modelo A, substituto do lendário Modelo T – o que provavelmente aumentaria sua demanda por borracha.


Em um salão organizado no dia 9 de janeiro de 1928, em Nova York, o empreendedor confirmou o boato: sim, ele adquirira terras na Amazônia, às margens do rio Tapajós. E, sim, a Ford Motor Company cultivaria a Hevea brasiliensis nessa área de mais de 10 mil km2, quase tão extensa quanto Connecticut ou a ilha de Chipre. Uma cidade seria construída para receber os executivos americanos e os seringueiros, contratados durante a colheita da seiva e recrutados no local. Uma loucura? Não, parecia mais um braço de ferro com a natureza.


Mais informações ver no site História viva.