quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Coleção "História do Brasil Nação: 1808-2010" é lançada em São Paulo

O surgimento do Brasil como nação independente, tendo como pano de fundo a trajetória paralela a de outros países da América Latina, é contado com riqueza de detalhes na coleção “História do Brasil Nação: 1808-2010", lançado nesta quarta-feira pela Fundação Mapfre e pela Editora Objetiva, em São Paulo. Dirigida pela historiadora Lilia Moritz Swcharcz, a coleção integra o projeto “América Latina na História Contemporânea”, já com publicações em dez países.

Esta é a primeira vez que 26 célebres autores brasileiros atuam juntos num mesmo projeto. A ideia é transcender os círculos acadêmicos especializados para alcançar um público mais amplo. A coleção é composta por seis volumes: “Crise colonial e independência: 1808-1830” (lançado agora); “A construção nacional: 1830-1889” (com data de publicação prevista para fevereiro de 2012); “A abertura para o mundo: 1889-1930” (em junho de 2012); “Olhando para dentro: 1930-1960” (em outubro de 2012); “A busca da democracia: 1960-2010” (em março de 2013); e “Um olhar sobre o Brasil. A fotografia na construção da imagem da nação: 1833-2003” (em junho de 2013).

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Polêmica com Lobato em discussão no fHist


A polêmica envolvendo releituras de clássicos da literatura, que recentemente atingiu até o escritor Monteiro Lobato, promete esquentar as discussões do Festival de História (fHist), em Diamantina, Minas Gerais, que começa no dia 7 de outubro. Uma das convidadas do evento, a escritora de livros infantis Luciana Sandroni condena as interpretações fora do contexto da época em que as obras foram escritas, mas prefere ver o lado positivo da polêmica: a oportunidade para os professores abordarem o racismo junto aos alunos.

“É um tema muito delicado, mas que precisa ser abordado. É impossível tirar os autores do contexto de um século atrás, afinal, eram as ideias vigentes na época, eles viveram aquela época. Ao retratar Tia Anastácia como uma pessoa inferior, Lobato repetia a sociedade na qual ele e todos os personagens estavam inseridos. Assim fez Machado de Assis, José de Alencar e todos os grandes escritores. O importante é aproveitar a oportunidade para contar aos alunos as agruras do nosso passado, uma vez que não podemos nos esquecer de que fomos o último país independente a fazer a abolição da escravatura”, defende Sandroni.

Vencedora do Prêmio Jabuti de 1998 por “Minhas memórias de Lobato”, Sandroni estará na mesa “Walt Disney e Monteiro Lobato: o sonho das crianças tem cor?”, marcada para as 18h do dia 10 de outubro no fHist. O tema será debatido juntamente com a historiadora Márcia Regina Ciscati, doutora em História Social pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004) e professora dos cursos de licenciatura em História e Pedagogia pelas Faculdades Integradas de Guarulhos, Faculdade das Américas e Faculdade Guaianás. A mediadora será a historiadora Carmen Lúcia de Azevedo.

'Histórias do Brasil'

Estão no ar os primeiros episódios da série “Histórias do Brasil”, que está sendo exibida até 16 de setembro pela TV Brasil. Os micro-documentários são fruto de uma parceria entre a Revista de História e a produtora Conspiração Filmes.

São dez docudramas, com 25 minutos cada, que narram fatos ocorridos desde o primeiro contato dos índios com europeus, passando pelo cotidiano dos escravos no engenho; a cobiça pelo ouro; a guerra pelo açúcar; a Guerra do Paraguai; o Estado Novo até a construção de Brasília.

Episódios anteriores podem ser conferidos na página da TV Brasil. No quarto capítulo - o último disponibilizado na internet -, o mameluco Jerônimo domina os segredos da mata.


FONTE: revistadehistoria

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A batalha foi ganha, não a guerra.



Por Tadeu Henrique





A milícia estudantil da UPE campus Petrolina continua na ofensiva contra toda podridão administrativa do Estado de Pernambuco. Semana passada foram feitas mais mobilizações. No desfile de 7 de setembro, os alunos aproveitaram o ensejo para denunciar o desprezo do governador Eduardo Campos em relação ao ensino superior. No dia 9, fechando o calendário de protestos desse mês, discentes e professores fizeram uma caminhada com faixas e carro de som pela avenida São Francisco.
Ontem, dia 12 , às 19:00 horas fora realizada a III Assembleia Geral Estudantil no Auditório da UPE.  Sentimentos de gratidão, insegurança e inconformismo pairavam naqueles discursos menos enérgicos, mas ainda decididos a mudarem à longo prazo o estado putredinoso da UPE.Por contraste visual, a proposta de permanecer em estado de greve e continuar com um calendário de ações fora aprovado. E como o reitor Carlos Callado homologou o convite de docentes temporários que já assinaram contrato nessa última quinta-feira, as aulas voltam ao "normal" a partir de hoje (13/09). Apesar dessa homologação e algumas promessas da reitoria, os militantes não baixaram a guarda e continuarão na luta por professores efetivos, melhor infra-estrutura, acervo bibliotecário e papel higiênico, diga-se de passagem. Aliás, papel higiênico não falta para um homem do lastro político de Eduardo Campos, pois um homem como ele precisa de muito papel para higienizar as "cagadas" que faz na administração pública de Pernambuco. A carapaça também serve para a gestão da unidade de Petrolina que parece ser conivente com tal imoralidade.
O governador que se prepare, pois esses alunos estão dispostos a ir até Brasília, se possível, para ver mudanças. Não são vermes que se rastejam para implorar favores, pelo contrário, são soldados munidos de coragem, conhecimento e sede de justiça. E estão cansados de serem tratados como a escória da sociedade, de não receberem uma qualificação profissional digna e , pior, sentirem vergonha de estudarem nessa instituição. Agora reverbera-se o grito de Zapata: ya basta!
Diante desse esmero estudantil, resta parabenizar todos os alunos da UPE campus Petrolina e adverti-los de que a batalha continua.

fotos de Janily Carvalho, graduanda da UPE

Tadeu Henrique é graduando  e membro da equipe de editoração da Revista Historien.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Ponte Presidente Dutra: o auge de revolta (UPE)

Por Tadeu Henrique





Dando seguimento ao calendário de mobilizações estudantis, ontem, às 12:30 do dia, alunos dos diversos cursos do campus de Petrolina, reuniram-se na Concha Acústica a fim de interditarem a Ponte Presidente Dutra como expressão de revolta ante o caos que a instituição tem vivido.
Liderados pelos enfrentantes dos DA e CAs, dezenas de estudantes e alguns professores portando apitos, faixas, câmeras e megafone dominaram o centro de Petrolina. O protesto começou no sinal principal da Av. Guararapes em frente da prefeitura e partiu para a Rua Antônio de Santana Filho, Av. Souza Filho, voltando para Guararapes e findando na Ponte Presidente Dutra, o auge da revolta.
A paralisação da ponte foi o ponto crítico, pois por ser horário de pico, muitos motoqueiros e motoristas que estavam indo almoçar, ficaram com os ânimos à flor da pele. O congestionamento foi colossal para os dois lados. Alguns motociclistas chegaram a jogar as motos contra os militantes que mesmo com essa violência e a presença das polícias militares da Bahia e rodoviária federal não retrocederam. O incidente durou 40 minutos e só acabou quando a TV Grande Rio chegou para cobrir o evento que também foi transmitido em Recife pelo NE TV 2ª edição. Um vitória impactante para os alunos que queriam o apoio da mídia.
Para alguns esse ato foi radical, mas deve-se entender que somente atitudes radicais conseguem mexer com as estruturas engessadas do Estado. No entanto, um movimento dessa envergadura não pode ser feito de qualquer jeito, sem discernir os possíveis impasses com a sociedade, que no caso deve ser aliada e não inimiga. Claro que esse ato não foi realizado de forma leviana, teve toda uma preparação.


(Fotos enviadas por Socorro Oliveira, da equipe de Revisão da Revista Historien, tiradas pelos membros do CA de História da UPE Petrolina)

(Tadeu Henrique é membro da equipe de Editoração da Revista Historien e graduando na UPE).



domingo, 11 de setembro de 2011

Entrevista transcrita da aluna da UPE na Rádio Jornal (parte I)




Repórter: [...] Vocês percebem que a sociedade também tem se tornado mais consciente com relação ao problema que vocês enfrentam, e têm aderido a essa luta?

CAMILA: Sim, até porque é da Universidade de Pernambuco que saem os profissionais da educação que a gente tem aqui no nosso estado e nos outros estados. Profissionais de saúde, Né? Os enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas...Então a gente tá querendo mostrar pra sociedade que a universidade hoje, ela passa por problemas que não só “atrasa” a gente, e sim a todos. Porque, qual profissional de educação que vai sair dessa universidade, na qual a gente não tem um nível excelente, Né? O nível que a gente pretende dentro da universidade em si. Agora mesmo, a gente está... Tem curso que “tá” com mais de 50% das disciplinas sem professores e daí por diante.


Falta laboratório pro curso de saúde, faltam laboratórios até pros cursos de licenciatura [trecho inaudível]. Então a gente pretende mostrar pra sociedade que não é um problema somente nosso, não é problema só dos estudantes, e sim de todo o povo; porque afeta, como eu disse a sociedade em geral.

REPÓRTER: [...] Os alunos reivindicam não somente essa questão de ter os professores efetivamente dentro da sala de aula, mas sobretudo, a infra-estrutura das licenciaturas, dos cursos que são colocados...Da infra estrutura como um todo, né?


CAMILA: Isso, e os cursos de Saúde também, né? Porque a universidade hoje, ela vem abrindo cursos em todas as áreas. O problema do governo é interiorizar a educação, mas que educação é essa? É isso que a gente questiona também [trecho inaudível].
Abrem-se cursos, não tem professores, não tem estrutura, não tem laboratórios... Então acaba que a universidade, ela hoje passa por problemas que vêm se agravando há muito tempo. [...] Dez cursos dentro da nossa unidade e dentro desses dez cursos a gente só tem 98 professores. O governo do estado, ele abriu uma seleção simplificada para garantir...

Obs.: fotos de Janily Carvalho, graduanda da UPE.
Transcrição de Socorro Fonseca, graduanda e membro da Revista Historien.(UPE)





sábado, 10 de setembro de 2011

Documentos em perigo

Recomendação do Conselho Nacional de Justiça de como eliminar documentos do Poder Judiciário é criticado por professor de história e se torna um dos assuntos mais debatidos entre os historiadores neste início de setembro

Nesta segunda semana de setembro, historiadores e entidades de história, sobretudo a Associação Nacional de História (ANPUH), se manifestaram a respeito da recomendação do Conselho Nacional de Justiça relativa à eliminação de processos judiciais, importantes fontes da pesquisa histórica. O professor Fernando Teixeira da Silva, do departamento de história da UNICAMP, produziu um texto no qual deixa claro o seu temor diante da política proposta pelo CNJ, a qual poderia acarretar graves danos ao patrimônio documental brasileiro. Ciente da importância desta discussão, o Café História reproduz o texto do professor Fernando Teixeira da Silva. Ao final do texto, deixe seu comentário e participe desta importante discussão.

Mais do mesmo: “Recomendações” do Conselho Nacional de Justiça de como eliminar documentos do Poder Judiciário


Infelizmente, estamos diante de mais uma investida contra a memória e a história do Poder Judiciário e do País como um todo. Outra vez, sob a sombra de normas legais e sob o comando da própria Justiça, um crime contra a História e a Cidadania está sendo cometido. As altas esferas da República insistem em produzir documentos com o objetivo de eliminar parte significativa do nosso patrimônio histórico. Sem qualquer apelo aqui a teorias conspiratórias, eles expressam uma política cuidadosamente orquestrada para impor práticas de gestão documental que ferem nosso direito constitucional à memória, à informação e à pesquisa. No ano passado, conforme foi noticiado pela ANPUH, enfrentamos a proposta do artigo 967 do projeto de lei 166, referente ao novo Código de Processo Civil brasileiro, que colocava seriamente em risco a preservação dos processos judiciais. Graças à mobilização de historiadores, jornalistas, juristas e políticos, que contaram com o apoio e a participação da ANPUH, o artigo foi retirado do projeto quando de sua votação no Senado. Temporariamente aliviados, mas em permanente vigília, somos agora surpreendidos com a Recomendação n. 37 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), publicada muito recentemente no Diário de Justiça n. 152 (17/08/2011, p. 3-6), “recomendando” a todos os tribunais do país a observância das normas do Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário (PRONAME). O documento pode ser lido na íntegra em anexo, mas gostaríamos de chamar a atenção para alguns pontos cruciais, que passamos a enumerar.

1) Embora se auto-intitule “recomendação”, o documento, assinado pelo ministro Cezar Peluso, dá ao Comitê do PRONAME, coordenado pelo Secretário Geral do CNJ, a atribuição de “acompanhar a aplicação da presente Recomendação” (grifo nosso). “Recomendação”, segundo os melhores dicionários, pode significar tanto “aviso” quanto “advertência”.

2) O CNJ arroga para si “a competência e o dever inerente dos órgãos do Poder Judiciário Federal de proceder à gestão de documentos produzidos em razão do exercício das suas funções, (...) bem como de preservar os documentos e facultar o acesso aos documentos àqueles sob a sua guarda”. Com isso, o Conselho ignora por completo o poder superior do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) na política de gestão dos documentos da administração pública.

3) Nos “considerandos” da Recomendação, não há qualquer menção à eliminação documental. Ao contrário, invoca a Lei n. 9.065, de fevereiro de 1988, que “tipifica a destruição de arquivos como crime contra o patrimônio cultural”. Quando “resolve recomendar”, porém, o documento entoa os mantras da “Tabela de Temporalidade”, da “Eliminação dos Autos Findos”, da “Amostra Estatística Representativa”.

4) A quem cabem tão solenes tarefas? Serão constituídas “unidades de gestão documental e de comissões de avaliação documental nas instituições do Poder Judiciário”, sob o comando do PRONAME, formado por “representantes de todos os segmentos do Poder Judiciário”. Ora, mais uma vez, o CNJ atropela o CONARQ, que tem o poder de instituir e regulamentar o funcionamento de Comissões Permanentes de Avaliação, compostas por historiadores, arquivistas, magistrados, entre outros profissionais. Mas tudo o que encontramos a respeito é: “recomenda-se que as Comissões Permanentes [do PRONAME] sejam compostas, no mínimo, pelos seguintes técnicos: servidor responsável pela unidade de gestão documental, bacharel em Arquivologia, bacharel em História, bacharel em Direito”. Em outros termos, o que é uma determinação do CONARQ torna-se, no documento do CNJ, mera “recomendação”.

5) Não há espaço, ao menos neste texto para o Boletim da ANPUH, para entrarmos na discussão sobre os vários problemas que envolvem terminologias como “valor histórico dos documentos”, “amostra representativa do universo documental” para efeitos de guarda, e “desentranhamento das peças dos processos judiciais”. Basta, por agora, assinalar que todas essas modalidades de eliminação, presentes na Recomendação, não são recomendáveis por qualquer historiador que tenha, no mínimo, respeito pelo próprio ofício. Em breves palavras, tais critérios ou são subjetivos (como definir o que é ou não histórico?), ou amputam irreversivelmente os documentos (no caso de preservação apenas de determinadas peças processuais, como sentenças e acórdãos) ou, de acordo com o método da amostragem “cientificamente orientada”, colocam em risco o “documento excepcional”, aquele que não é representativo de algo e constitui uma via rara de acesso a fenômenos e significados de extrema relevância para esse ou aquele aspecto da experiência histórica.

Outros pontos poderiam ser destacados aqui, mas queremos assinalar que, por trás do que poderia parecer uma simples “recomendação” do CNJ, residem orientações de eliminação documental que estão sendo aplicadas, sob o amparo da lei e de autoridades públicas, que se arvoram depositários exclusivos da memória do Judiciário, decidindo sobre a vida e a morte de milhões de documentos. Não há aqui qualquer exagero ou veleidade retórica da nossa parte. O exagero fica por conta do próprio Judiciário, que promove a destruição em massa de processos da Justiça do Trabalho. O melhor exemplo é a Tabela de Temporalidade de Documentos Unificada da Justiça do Trabalho, “que serviu de subsídio à elaboração da Recomendação”. Como já vai longo este texto, deixamos ao leitor tirar suas próprias conclusões sobre a tabela em anexo que sujeita à eliminação os autos findos após cinco anos que tratem, por exemplo, do trabalho com proteção especial (deficientes físicos, menores e mulheres), da duração da jornada de trabalho, do direito sindical, da remuneração e verbas indenizatórias, das demissões por justa causa, das indenizações por assédio sexual e da terceirização. Recomendamos enfaticamente essa leitura, pois a enumeração que acabamos de fazer é uma amostra ínfima dos horrores que se pretende perpetrar contra a memória da Justiça do Trabalho, cujos processos têm sido eliminados aos milhões, sob a proteção da Lei n. 7.627, de 10 de novembro de 1987.

Por fim, é bom lembrar que, ao contrário do CNJ, a ANPUH está à frente dos esforços destinados a tratar o assunto como parte de uma legislação especial, a ser discutida e elaborada no âmbito do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), com a participação mais efetiva de historiadores, entre outros profissionais. Com tal propósito é que concitamos os colegas a se engajarem nessa luta em defesa de um projeto de lei destinado à preservação – e não à eliminação – da memória e da história do Judiciário.


Prof. Fernando Teixeira da Silva Professor do Departamento de História da UNICAMP

A ANPUH sugere aos colegas que não concordam com a medida do CNH que repliquem o documento entre colegas e, na medida do possível, manifestem-se formalmente contra a recomendação ao CONARQ, ao Ministério da Justiça e ao CNJ.


Fonte: Café História

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Descoberta escola de gladiadores perto de Viena


O parque arqueológico do sítio romano de Carnuntum, perto de Viena saudou, nesta segunda-feira (5), a descoberta das ruínas de uma escola de gladiadores, há uma semana, em sua área.

"Por sua inteireza e dimensão, é um acontecimento arqueológico sensacional...", declarou o parque, em comunicado. As escavações indicam que o local - onde treinavam entre 40 e 60 gladiadores - datado de 1.700 anos, representa a parte maior das ruínas já descobertas em Carnuntum. Sua superfície total é de 11.000 m2, incluindo 2.800 m2 de um pátio central.

Os melhores gladiadores poderiam tornar-se verdadeiros astros, contou o diretor do parque arqueológico, Franz Humer. Mas astros efêmeros: "sua expectativa de vida não ultrapassava, em geral, quatro ou cinco combates", destacou, durante entrevista à imprensa.


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O movimento na UPE : milicianos x governo

Por Tadeu Henrique






Indubitavelmente, a Universidade de Pernambuco campus Petrolina tem vivido lapsos daqueles tempos de ouro do Movimento Estudantil da década de 1960. Aquele espírito revolucionário e inconformado com as mazelas estruturais da instituição tem sido uma força motriz na participação da grande maioria dos lesados(discentes) da UPE, que chegou ao fundo do poço e não pode mais conter essa voz.
No dia 5 de setembro(segunda-feira), às 18:40, fora realizada no auditório da UPE a II Assembleia Geral estudantil com a participação de centenas de alunos e alguns do membros do corpo docente.Não tão agitada como a primeira, mas insistente em sua essência, a assembleia buscou  tratar do inevitável dilema que animava muitos milicianos e atemorizava outros: paralisação ou greve na UPE? No mesmo dia houve uma reunião com professores e líderes estudantis na reitoria de Recife também para abordar o assunto. Em Recife, o reitor Carlos Calado disse que estaria homologando o concurso para seleção simplificada hoje(05/09). Garantiu também que o concurso para preenchimento de quadro efetivo sairá em seis meses.
Mas como o Srº Calado tem feito jus ao seu sobrenome em seus vários anos de gestão na UPE, os alunos em seus discursos mantiveram uma postura de descrença em todas as promessas da reitoria. Na reunião estudantil, uma proposta foi aprovada: interditar a ponte presidente dutra(06/09); mobilizar no grito dos excluídos(07/09) e parar a Avenida São Francisco (09/09). Apesar de haver uma resistência por parte de outros discentes o movimento está se fortalecendo e caminhando para uma coesão, construindo uma ação madura e segura em suas proposições. Um líder acadêmico da UNIVASF firmou uma aliança de apoio na causa. Artigos e vídeos estão sendo criados pelos próprios alunos e postados pela imprensa da região. De fato, o que está acontecendo naqueles corredores e salas está se tornando incontrolável. Espera-se uma resposta concreta e favorável do governo de Pernambuco, não meras promessas.


Obs.: fotos de Luann di Souza, graduando da UPE




Tadeu Henrique é graduando e membro da equipe de editoração da Revista Historien

domingo, 4 de setembro de 2011

O CAOS LEGÍTIMO NA UPE


Por Tadeu Henrique





A Universidade de Pernambuco campus Petrolina tem vivido momentos agitados nesses últimos dias. E isso graças a um problema que tem se perpetuado desde sua fundação: a falta de professores no quadro. Entre as várias necessidades da Instituição, esse é o ponto nevrálgico da coisa. Os cursos mais prejudicados são os de Licenciatura. O curso de Geografia, por exemplo, é o mais caótico no momento, pois está funcionando com apenas 43,75% das disciplinas. O 8º período está sem aula e sem orientador e conta apenas com quatro professores. Letras e Pedagogia funcionam, se é que essa é a palavra mais apropriada, com cerca de 50% das disciplinas ofertadas. Um verdadeiro caos. Aliás, essa tem sido a palavra mais usada pelos discentes e docentes para definir a triste realidade da UPE. No dia 29 de Agosto, o Centro Acadêmico de História reuniu todo o departamento de História para tratar o problema. Foi proposto e aprovado por unanimidade que os estudantes de História fariam paralisação seguida de greve. Na mesma reunião foi instituída uma comissão para acompanhar o graduando Tadeu Henrique que na mesma semana fora convocado pelo Ministério Público para esclarecer um denúncia contra a UPE feita no ano passado pela falta de professores.

No dia 31 de Agosto às 10:00 horas da manhã, o denunciante, a líder do CA e mais dois alunos se dirigiram à 3ª promotoria de Petrolina e fizeram uma exposição de todo o descaso da UPE para a promotora Dr.ª Ana Rúbia que, chocada com o relato, chegou a dizer que “a UPE era uma piada”. Ela prometeu ajudar no que fosse possível, mas precisava de algo propositivo para mostrar ao juiz e solicitou um documento que oferecesse objetivos claros dos estudantes.

De acordo com a promotora, o Governo do Estado de Pernambuco emitiu uma nota dizendo que já tinha feito uma seleção simplificada no início do mês de Agosto, só que quase metade das 27 vagas oferecidas não foram preenchidas. E mesmo que houvesse outro processo seletivo, a burocracia do Estado não permitiria a contratação de professores até o fim do ano. À tarde(17:00h), líderes do DA, DCE e CA's reuniram todos os cursos no auditório da Universidade para discutirem a problemática e com maioria absoluta dos votos, decidiram pela paralisação e greve, se não houvesse resposta do governador Eduardo Campos. À noite (19:00h), outra Assembléia Geral estudantil fora realizada. Concomitantemente, todos os professores do sindicato (ADUPE), mais de 50, estavam reunidos na biblioteca da faculdade. O auditório estava quase lotado, o clima era de ansiedade. Não parecia nem de longe aquela UPE de alunos reservados e apáticos, a cada orador uma vibração tomava conta do ambiente. Moças e rapazes subiam e dissertavam apaixonadamente com tamanha intrepidez, e até mesmo com raiva, os prós e os contras de uma greve.

Enquanto isso informações iam e vinham da biblioteca onde os professores debatiam o estado caótico e ao mesmo tempo revolucionário da UPE. Alguns professores chegaram a confessar que aquele momento que estavam vivendo era ímpar na história da instituição. No final, uma informação veio da biblioteca que mexeu com os ânimos de todos: mais de quarenta professores apoiariam a decisão dos estudantes. Foram palmas, gritos, assobios desenfreados, o frenesi foi viral. E com maioria absoluta, foi aprovada a paralisação de 48 horas com uma segunda assembléia marcada para dia 05 de setembro a fim de construir ou decidir,definitivamente, a greve geral. O caos não somente se instaurou, mas agora está sendo operado pelos próprios alunos.

OBS.: Fotos enviadas pelo Prof. Moisés Almeida.

(Tadeu Henrique é membro da equipe de Editoração da Revista Historien e graduando na UPE).

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A Líbia de Kaddafi


por Osvaldo Coggiola

A recente revolta política na Líbia chamou a atenção do mundo para a trajetória desse país petroleiro situado no norte da África. Depois de 42 anos de governo pessoal do coronel Muammar al-Kaddafi, o espírito da resistência popular revelou uma história mais rica e complexa do que a apresentada pela grande mídia.

Durante boa parte de sua história, a Líbia foi habitada por povos árabes e nômades berberes, mas a ocupação se restringiu à costa e aos oásis onde esses grupos se estabeleceram. Os cartagineses, herdeiros das colônias fenícias, fundaram uma província na Tripolitânia, zona onde hoje fica a capital do país, e, no século I a.C., o Império Romano se impôs em toda a região.

Após o colapso do poder dos césares, Trípoli se tornou um cruzamento de rotas comerciais, abrigo de piratas e mercadores de escravos. A região permaneceu assim até o início da Idade Moderna, quando foi incorporada ao Império Otomano pelo sultão Solimão I, o Magnífico, em 1551.

Com o tempo, porém, a Líbia foi adquirindo maior autonomia e passou a pertencer apenas formalmente ao império. Esse processo foi impulsionado pela dinastia Karamanli, fundada em 1711, que unificou as três regiões que formariam a Líbia moderna: Cirenaica a leste, Tripolitânia a oeste e Fezã a sudoeste. Esse período de relativa autonomia, no entanto, terminou em 1835, quando o Império Otomano retomou o controle do país.

Em 1911, sob o pretexto de defender seus colonos estabelecidos na Tripolitânia, a Itália declarou guerra à Turquia e invadiu a Líbia. Na Cirenaica, uma seita islâmica chamada sanusi liderou a resistência contra os europeus. A Turquia renunciou a seus direitos sobre aquele território em favor da Itália por meio do Tratado de Lausanne, em 1912. Em 1914, todo o país estava ocupado pelos italianos.

FONTE: historiaviva