quinta-feira, 26 de abril de 2012



Descendentes de confederados celebram em SP o fim da Guerra Civil dos EUA

Festa em Santa Bárbara d’Oeste tem cenário do sul dos EUA do século XIX.
Saiba como alguns americanos vieram ao Brasil pós-Guerra da Secessão.



Senhores trajando uniformes típicos dos veteranos da Guerra de Secessão americana conversam numa roda, alguns em inglês com forte sotaque sulista, enquanto moças vestidas como a personagem Scarlett O’hara (a protagonista do clássico filme ‘...E o Vento Levou’) dançam a square dance (espécie de quadrilha americana) ao som de jazz, country ou folk tocados por uma banda.

Ali perto, barracas ornadas com as cores da bandeira americana vendem hambúrgueres e hot dogs. Todo o cenário remete a uma típica festa do sul dos Estados Unidos, não estivessem os personagens a apenas 130 quilômetros de São Paulo, entre as cidades de Americana e Santa Bárbara d’Oeste.

É na região paulista que se concentra uma das maiores e organizadas comunidades de norte-americanos no Brasil, muitos descendentes diretos dos primeiros imigrantes que desembarcaram por aqui no final do século XIX. A “Festa Confederada” (ou “Confederate Party”) chega neste domingo (11) à sua 24ª edição e lembra também os145 anos do fim do conflito.

Mas por que comemorar o fim de uma guerra considerada uma das mais sangrentas da história americana, que deixou mais de 600 mil mortos e arrasou com a economia do sul dos Estados Unidos?

“O Cemitério do Campo virou um lugar marcante que evoca lembranças da história dessas famílias, que saíram de uma situação dramática e vieram para o Brasil. Marca a experiência histórica dessas pessoas, um lugar de revitalização de laços e da própria vida da comunidade”, diz o antropólogo John Dawsey, um dos organizadores da coletânea de artigos “Americans: Imigrantes do Velho Sul no Brasil” (Ed. Unimep, 2005), cuja história familiar está ligada à imigração americano no Brasil. 

No cemitério fundado em 1868, local da festa, estão enterrados os primeiros imigrantes, tratados como heróis nas homenagens em inglês nas lápides. “Fizemos a festa para poder manter o cemitério. Com isso, a gente cobre esse custo e também faz a confraternização dos descendentes”, conta Nancy Padoveze, membro da Fraternidade Descendência Americana, que realiza o evento.

Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário