terça-feira, 5 de abril de 2011

Escândalo Acadêmico - Manuscritos do Mar Morto


A doutrina que João pregou no deserto já era conhecida dois séculos antes. Alguns judeus particularmente piedosos (os Hassidim) admitiam estar próximo o fim do mundo, por acreditarem no que dizia o livro dos Macabeus (I. Mac. 1,2). Os judeus tiveram sempre pouca sorte com os estrangeiros. Depois do exílio da Babilônia vieram os Persas.

Alexandre venceu-os em 333 a. C. e repartiu o Império. Duzentos anos antes da era cristã os Sírios conquistaram o poder na Judéia. Os Hassidim protestaram contra a impiedade do seu tempo. Perseguidos, abandonaram as aldeias e refugiaram-se no deserto, entre Jerusalém e o Mar Morto, num local chamado Qumram. São os antepassados dos Essênios. Alguns desses Essênios separaram-se do movimento, cheios de cepticismo. Deram origem à seita dos Fariseus.

O estudo comparado dos manuscritos do Mar Morto, como ficaram conhecidas as produções literárias dos Essênios, e do Novo Testamento, estabelece a existência, não de simples coincidência, mas de uma evidente dependência direta deste, no que toca às palavras, às idéias e às próprias doutrinas.

Estes manuscritos, descobertos entre 1947 e 1956 foram, na sua maioria, escritos antes da era cristã e guardados em rolos, dentro de vasos de barro. Só alguns foram redigidos depois da morte de Jesus.

É a relíquia religiosa mais importante depois de se ter provado que o “Santo Sudário”, supostamente a mortalha do corpo de Jesus, tinha sido tecido 1300 anos depois da sua morte.

A maior parte dos manuscritos do Mar Morto foram escritos com tinta sobre pele de carneiro. Geza Vermes, um estudioso bíblico da Universidade inglesa de Oxford, considera ser “Um escândalo acadêmico" que aproximadamente 300 rolos, dos cerca de 1000 que foram descobertos, ainda não tenham sido revelados”.

Muitos destes manuscritos estão guardados em diversas universidades, em Israel, Estados Unidos, França e Inglaterra.

A língua usada nos manuscritos é o aramaico, uma língua morta. No trabalho de tradução recorre-se ao computador, que dispensa o manuseio (e a conseqüente deterioração) das peças originais. As dificuldades são muitas.

Para se formar um rolo é preciso juntar-se grande número de fragmentos, porque as “folhas” originais estão ressequidas e partidas.

A crescente ansiedade dos estudiosos bíblicos relaciona-se com a desejada prova da ligação de Jesus à Ordem dos Essênios, particularmente depois dos 13 anos, a identificação histórica de Jesus e a confirmação da dependência do Novo Testamento desses manuscritos.

A sua divulgação tem sido dificultada por razões não exclusivamente técnicas. O ano originalmente combinado para a divulgação do conteúdo dos manuscritos era 1970. Depois, os israelitas prometeram a sua publicação para 1997. As justificativas para esta demora são:

Conteúdo espetacular para a fé judaico-cristã, abalando eventualmente as estruturas hierárquicas religiosas. O escritor americano Edmund Wilson fundamentava esta hipótese referindo a conhecida tentativa de minimizar a importância dos manuscritos.

Interesse das várias universidades (israelitas, francesas, americanas e inglesas) em monopolizar o estudo destes documentos.

fonte: misteriosantigos.com


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