segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Fotos exibem lado afetuoso dos donos do poder

Na exposição preparada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o espectador poderá ver o abraço afetuoso de Getúlio Vargas em seu pai, um momento de reflexão de João Goulart em uma fazenda no Rio Grande Sul e o beijo de Costa e Silva em sua neta, Carla Costa e Silva. Para funcionar como legenda das fotografias, há textos de correspondência familiar e diários. O material dá uma dimensão muitas vezes desconhecida da vida privada dos homens que foram importantes na vida política do país.Quintino Bocaiúva, um dos mais importantes republicanos na virada do século XIX para o XX, é personagem secundário em uma foto: em visita ao cemitério, parentes se reúnem em torno do seu túmulo e ganham destaque ao posar para a câmera — cada um faz ao seu modo um gesto formal para registrar o momento fúnebre. Hoje, essa situação seria no mínimo estranha diante da mudança da relação das pessoas com a fotografia. O documento póstumo do único civil a cavalgar com o Marechal Deodoro para proclamar a República também está no Espaço Cultural FGV.— São vários os momentos em que o comportamento das pessoas muda diante do suporte da fotografia. Um interessante é o da invenção da Kodak. A primeira vez em que eu tomei contato com esse fato foi em um diário da filha do Assis Brasil (militar). Ela dizia que estava aproveitando a visita de vários políticos ao pai para tirar algumas fotos, pois o filme acabaria logo. As primeiras máquinas da Kodak já vinham com o filme dentro, com mais ou menos cem fotos cada uma, e, para que ela pudesse ter novamente a câmera disponível para fotografar, teria antes que mandá-la para Rochester, nos Estados Unidos. Lá, eles iriam imprimir as imagens, colocar um novo filme e mandar tudo de volta — conta a historiadora Regina da Luz, também curadora da exposição.A seleção do material não foi baseada na qualidade técnica da imagem. "A especificidade da foto — seja pelos tipos nela representados ou por sua composição e até mesmo por sua relação com o conjunto selecionado — justifica sua inclusão", diz a apresentação de "Álbuns de família: a vida privada no acervo do CPDOC". Embora haja essa advertência, Regina da Luz se disse impressionada pela qualidade do material selecionado:— Foi bastante impressionante ver como são boas as fotos doadas pelas famílias.A entrada da exposição é gratuita e ocorre até o dia 2 de janeiro no Espaço Cultural FGV (Rua da Candelária 6, Centro). Fica aberta de segunda a sexta, das 8h às 22h, e sábado. das 9h às 18h. Veja algumas imagens em




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