quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A Líbia de Kaddafi


por Osvaldo Coggiola

A recente revolta política na Líbia chamou a atenção do mundo para a trajetória desse país petroleiro situado no norte da África. Depois de 42 anos de governo pessoal do coronel Muammar al-Kaddafi, o espírito da resistência popular revelou uma história mais rica e complexa do que a apresentada pela grande mídia.

Durante boa parte de sua história, a Líbia foi habitada por povos árabes e nômades berberes, mas a ocupação se restringiu à costa e aos oásis onde esses grupos se estabeleceram. Os cartagineses, herdeiros das colônias fenícias, fundaram uma província na Tripolitânia, zona onde hoje fica a capital do país, e, no século I a.C., o Império Romano se impôs em toda a região.

Após o colapso do poder dos césares, Trípoli se tornou um cruzamento de rotas comerciais, abrigo de piratas e mercadores de escravos. A região permaneceu assim até o início da Idade Moderna, quando foi incorporada ao Império Otomano pelo sultão Solimão I, o Magnífico, em 1551.

Com o tempo, porém, a Líbia foi adquirindo maior autonomia e passou a pertencer apenas formalmente ao império. Esse processo foi impulsionado pela dinastia Karamanli, fundada em 1711, que unificou as três regiões que formariam a Líbia moderna: Cirenaica a leste, Tripolitânia a oeste e Fezã a sudoeste. Esse período de relativa autonomia, no entanto, terminou em 1835, quando o Império Otomano retomou o controle do país.

Em 1911, sob o pretexto de defender seus colonos estabelecidos na Tripolitânia, a Itália declarou guerra à Turquia e invadiu a Líbia. Na Cirenaica, uma seita islâmica chamada sanusi liderou a resistência contra os europeus. A Turquia renunciou a seus direitos sobre aquele território em favor da Itália por meio do Tratado de Lausanne, em 1912. Em 1914, todo o país estava ocupado pelos italianos.

FONTE: historiaviva

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