Acontecerá no Auditório da Universidade de Pernambuco – Campus Petrolina, de 24 a 27 de outubro próximo, o III Seminário Internacional Sobre Capitalismo Burocrático na Explicação do Subdesenvolvimento e do Atraso Social, visando consolidar o diálogo entre os diversos pesquisadores do campo das Ciências Sociais para aprofundar a compreensão da realidade social de países de capitalismo atrasado.
Para os organizadores, a implantação do Capitalismo Burocrático atendeu a necessidade de exportação de capitais das grandes economias capitalistas e não da transformação radical da realidade político-econômico-social das nações subdesenvolvidas. O Capitalismo Burocrático desenvolveu-se “via reforma”, sem transformar revolucionariamente a realidade agrária das nações dominadas pelo imperialismo. Os países de Capitalismo Burocrático apresentam uma realidade onde o modo de produção se assenta em subjacentes relações semifeudais de produção, e até mesmo em relações mais anacrônicas como a escravista. Este conjunto de questões estão diretamente relacionadas com a atual realidade brasileira, mais uma vez confirmada pelo Censo Agrário do IBGE (publicado em 2009), que revela o aumento da concentração de terra e de renda no no país.
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O III Seminário Internacional Sobre o Subdesenvolvimento e o Atraso Social,
ResponderExcluirocorrido na Universidade de Pernambuco (Campus Petrolina),
contou com a participação de mais de 150 estudantes, professores
e pesquisadores da UPE.
Os principais temas discutidos foram sobre a necessidade de uma concepção,
científica do mundo e da categoria marxista do Capitalismo Burocrático
como ferramenta de estudos e análise da realidade de países dominados
pelo imperialismo e os principais problemas causados pela dominação:
- a miséria de milhões de trabalhadores do campo e da cidade;
- o problema agrário;
- as relações de semifeudalidade consequência do predomínio do latifúndio,
da semiservidão e do coronelismo.
Os relatos dos estudantes sobre a realidade local
nos mostraram relações de trabalho semisservis
nas áreas rurais de Petrolina; grande quantidade
de pessoas vivendo em condições de pobreza e miséria,
apesar de Petrolina apresentar indicadores de crescimento econômicos elevados,
resultado da exportação de frutas para o mercado internacional.
Atividade bastante lucrativa a custa do trabalho de milhares de
Nordestinos migrantes do Ceará, Maranhão, Piauí e outros estados, que para Petrolina
migraram em busca de melhores condições de vida na chamada "Califórnia Brasileira".
No final do seminário foi formado um grupo de estudos e pesquisas sobre Capitalismo Burocrático no Departamento
de História da UPE, com o principal objetivo de estudar e pesquisar as relações sociais atrasadas que
ainda dominam no campo e nas cidades do Brasil.
Nazira Camely
professora do departamento de
economia da UFF