quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Rei Arthur: mito ou verdade?


No período medieval, as agitações causadas pela inserção dos bárbaros pela Europa foram responsáveis pela deflagração de vários conflitos que se mostram ligados ao próprio processo de feudalização do Velho Mundo. Foi na medida em que essas transformações aconteciam que a lenda do rei Artur apareceu na Bretanha e se estendeu ao longo do tempo, motivando, até mesmo, a realização de grandes produções cinematográficas que alimentam esse antigo mito.
Historicamente, as narrativas sobre o rei Artur refletem a demanda em se consolidar a figura de um herói que conseguiu defender o seu território contra as invasões estrangeiras. Talvez, caso tenha algum sustentáculo nos fatos historicamente vividos, a lenda arturiana se assente na figura de algum guerreiro que participou nas lutas que marcaram a entrada dos saxões na Bretanha. Com o passar do tempo, as aptidões e feitos desse guerreiro determinaram um relicário de objetos e lugares ligados a essa tradição.
No século XII, o historiador Geoffroy de Monmouth empreendeu a confecção de uma obra que contava todo o passado dos reis da Bretanha. Nesse livro, intitulado “História dos reis da Bretanha”, vemos que a lenda do rei Artur ganha reforço. Em determinada passagem, o nascimento do sagrado rei é colocado como fruto de uma artimanha realizada pelo rei Uther e o mago Merlin, que disfarçou o monarca para que então tomasse a duquesa Ygerne.
Apesar de toda a fantasia que cerca o relato, várias expedições foram organizadas para que alguma relíquia do rei Artur fosse encontrada nos locais que se ligam à sua lenda. No ano de 1191, por exemplo, o rei Ricardo Coração de Leão anunciou a descoberta da tumba do rei Arthur, na abadia de Glastonbury, onde foi encontrada a legendária Excalibur, a espada de poderes mágicos que auxiliou o rei Artur a vencer diversas das batalhas que fortaleciam a sua inalcançável glória.
A suposta descoberta tinha o interesse político de apenas alavancar o governo do monarca do século XII. Ainda assim, outras escavações em solo britânico avivavam a possibilidade de concretização do mito. Diversas missões exploratórias dirigidas até a península de Tintagel buscavam a presença de vestígios do lugar onde supostamente o rei Artur deveria ter nascido. Ao longo desse tempo, foram apenas encontrados vestígios da construção de um castelo do século XIII.
Em trabalhos arqueológicos mais recentes foram encontrados artefatos de um complexo de palácios que foram construídos entre o século V e VI, a mesma época que o rei teria vivido. Nessa mesma época, uma placa de pedra contendo um nome semelhante ao de Artur também foi examinada por diferentes especialistas. Ao fim das pesquisas, nenhuma das respostas conseguiu concluir firmemente sobre a existência de indícios que tornassem o rei Artur em um dado concreto do passado Bretão.


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