sábado, 29 de outubro de 2011

A família Bórgia em quadrinhos




A Editora Conrad tem em seu catálogo a história em quadrinhos para adulto da vida de Rodrigo Bórgia (1431-1503), o Alexandre 6º, o papa mais devasso da história. Cada um dos quatro volumes custa R$ 30,10. O desenho é do italiano Milo Manara e o texto do chileno Alejandro Jodorowsky.
A história mostra o quanto a Igreja Católica estava degradada no século 15. Alexandre 6º teve amantes e sete filhos. Dois deles foram César e Lucrécia, que participaram da devassidão do pai. Lucrécia era tida como “o veneno da família Bórgia”.
Rodrigo Bórgia foi corrupto (ele teria se tornado papa por intermédio de suborno) e despótico. Esteve envolvido em negócios escusos, assassinatos e incesto.
A Igreja Católica contemporânea nunca fez referência a ele, como se não estivesse existido, mas o papa safado com certeza serviu de inspiração ao fundador da Legionários de Cristo, o padre mexicano Marcial Maciel (1920-2008), que foi estuprador de coroinhas e viciado em cocaína e teve amantes e filhos, um deles também vítima de abuso.
Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2011/05/peripecias-do-papa-alexandre-6-viram.html#ixzz1cBkwBNSR
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fonte: paulopes

Crítica: 'Tancredo, a travessia'

Depois que a ditadura militar se foi, ficaram histórias, imagens, depoimentos, memórias que precisavam ser reunidas por alguém com competência para fazer um filme que não soasse maçante ou meramente didático. Em Tancredo, a travessia, Silvio Tendler, que tem no currículo os documentários Os anos JK e Jango, soube fazer e contar bem a história de mais um dos grandes líderes políticos brasileiros.

A maior riqueza de Tancredo, a travessia está nos depoimentos, colhidos especialmente para o documentário, de personagens como o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do senador Aécio Neves - neto de Tancredo, - e de outros políticos como Jarbas Vasconcelos, Fernando Lira, Almino Afonso e José Sarney, além do general Leônidas Pires Gonçalves, escolhido por Tancredo para ser ministro do Exército. Entre os artistas, participam nomes como Cristiane Torloni, Milton Nascimento e Fafá de Belém, apenas três dos inúmeros ativistas engajados que subiram no palanque de Tancredo e das Diretas Já.


[...]

É importante deixar claro que, no filme, a opção parece ter sido a de ouvir apenas os aliados do político mineiro, ou seja, os que viveram ao seu lado sua trajetória, da Era Vargas à campanha das Diretas. Paulo Maluf, por exemplo, aparece apenas no contexto da época. Nada de depoimento para o filme. A opção de Tendler, nesse caso, é discutível.

Além de fazer um resumo eficiente da trajetória do país desde a Era Vargas, quando Tancredo começava a dar passos firmes rumo à liderança política, o filme aborda também, e com mais clareza do que tudo o que já foi feito à respeito, a polêmica em torno da doença que matou o então presidente eleito, e jogou água na fervura da esperança de todo um povo, forçando a posse de José Sarney, ex-aliado da ditadura e dissidente do PDS.

Em depoimento ao filme, o próprio Sarney admite que, ao renunciar à presidência do então partido governista, quando, provavelmente, já percebia que a ditadura começava a naufragar, achou que sua carreira política havia terminado. Também com maestria, Silvio Tendler soube retratar toda a fase de criação do Partido da Frente Liberal (PFL), que reuniu os dissidentes do PDS para apoiar Tancredo e, quem sabe, continuar pegando carona no poder. Mal sabiam que, por uma triste obra do destino, não só pegaria carona, como reassumiriam o volante.

Sobre a diverticulite que resultou na morte de Tancredo, o documentário praticamente incrimina os médicos que atenderam o presidente eleito em Brasília, sem ouvir a versão de qualquer um deles. Nesse aspecto, a participação de Aécio Neves é fundamental. Hoje Senador pelo PSDB, o neto de Tancredo foi quem presenciou dois momentos decisivos para o fim da história: quando o avô, prestes a tomar posse, passa mal durante um jantar em família, e quando, já operado no hospital em Brasília, durante uma uma caminhada com o neto no quarto, sente que algo estava errado, e decreta: “Estourou tudo”. Era o início do fim.

Tancredo, a travessia, talvez peque por não ouvir o outro lado da história. Mas, certamente, conta muito bem o lado bom.

FONTE: jb.com.br

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A história do Jazz


Os historiadores rastreiam as origens do jazz em um diferente número de culturas e influências sociais que convergeram na Nova Orleans do século 19. O fator mais importante foi a importação de homens e mulheres da África e das Índias Ocidentais, trazidos como escravos para a América Colonial, junto com os refugiados que escaparam da ilha de Hispaniola fugindo da matança da Revolução Haitiana.

Escravização, colonialismo e exploração dos povos africanos tiveram papéis significativos no desenvolvimento da música afro-americana. No início do ano de 1800, os escravos se reuniram na Praça do Congo, em Nova Orleans, para tocar suas músicas e mostrar suas danças tradicionais. Os registros da época mostravam que os escravos usavam instrumentos de corda improvisados e tocavam tambores de maneira polirrítmica (ritmos sincopatizados múltiplos tocados simultaneamente).

Dois tipos de músicas afro-americanas foram importantes para o desenvolvimento do jazz: spirituals e músicas de trabalho. Spirituals eram músicas folclóricas religiosas que os escravos cantavam para expressarem seus desejos de liberdade e sua fé. Diferente da música, principalmente com base no ritmo das danças na Praça Congo, os spirituals eram vocais marcados por harmonias variadas e letras improvisadas.

Músicas de trabalho combinam o ritmo do trabalho com a cantoria e estão tradicionalmente ligadas às culturas da África Ocidental. Essas músicas eram usadas para sincronizar um grupo enquanto trabalhavam juntos, com um líder falando e o grupo respondendo. Muitos historiadores atribuem o padrão chamada e resposta no jazz a essa forma inicial de música afro-americana.

Os primeiros músicos de jazz nasceram na escravidão - permaneceu uma memória viva das pessoas que viveram antes da Proclamação da Emancipação dos escravos. E apesar dos elos oficiais da escravidão terem passado, os afro-americanos ainda são tratados injustamente por indivíduos e legislações locais.

Também entre os africanos e as pessoas do caribe estavam os europeus. Escoceses, ingleses, irlandeses, franceses, espanhóis e italianos deram contribuições distintas ao ponto de encontro de todas as culturas que é Nova Orleans. Com o passar do tempo, essas culturas começaram a emprestar e adotar umas das outras as tradições e a música. Os antropologistas chamam essa polinização cruzada de sincretismo. Para simplificar, onde a música africana tinha uma base mais ritmica, a música européia tinha uma concentração maior na melodia e harmonia. Uma aproveitou partes da outra. A música africana foi europeizada e vice-versa. Essa relação de troca persistiu durante o século XX e continua até hoje enquanto o jazz é tocado pelo mundo todo.

As influências das danças na Praça do Congo, spirituals, blues, música crioula, música clássica européia e orquestras de instrumentos de sopro se combinaram para criar as formas iniciais do jazz.

O início do jazz não foi muito bem documentado. Buddy Bolden (considerado o primeiro músico de jazz) nasceu em 1877 e as primeiras bandas de jazz surgiram por volta de 1885. De acordo com o All Music Guide, Bolden formou sua primeira banda em 1895. Muitas das informações que possuímos hoje são provenientes de entrevistas de quando a loucura do jazz já estava instalada. E infelizmente, as músicas dessa época inicial nunca foram gravadas.

Um novo estilo de tocar piano, desenvolvido perto do fim do século 19, começou a deixar seu marco no jazz também. Mas o ragtime, diferente do jazz, não era uma forma improvisada de música. Um tocador de piano mantinha a batida com sua mão esquerda enquanto tocava uma melodia sincopatizada com a direita. No alto da sua popularidade no início do século XX, o ragtime realizou incursões com os músicos de jazz que começaram a incorporar e enfeitar a técnica com seu próprio estilo.

No início, o jazz e a dança estavam inextricavelmente ligados entre si. Muitos viam o jazz como promíscuo e relacionado à classe baixa, em parte devido às ligações raciais. Mas nem todos se opunham a ele. Músicos brancos estavam loucos para aprender a nova música e começavam a procurar músicos negros, então o jazz começou a explodir.


FONTE: uol.com

A origem da encrenca

Quando nos metemos em algum tipo de infortúnio são várias as palavras utilizadas para expressar o nosso desespero ou infelicidade. Muitas vezes, o desejo de exteriorizar a infelicidade causada pela situação, nos leva a utilizar muitas palavras que nem imaginamos a sua origem e significado. Talvez esse seja o caso da palavra “encrenca”, que de tão corrente em nosso vocabulário cotidiano, acabou até mesmo se transformando em verbo.


Para recuperar a história desse termo, temos que nos deslocar para o Brasil na passagem dos séculos XIX e XX. Nesse período, os portos brasileiros receberam um grande numero de europeus que fugiam das conturbações causadas pelo fim do Antigo Regime e as crises econômicas do próprio sistema capitalista. Vale lembrar que vários imigrantes chegaram até aqui com a esperança de enriquecer trabalhando nas crescentes lavouras de café.


Nesse contexto de transformação e instabilidade, vemos que muitas famílias de judeus pobres da Europa ainda sofriam com as primeiras ondas antissemitas. Em alguns casos, essas famílias entregavam as suas filhas para agenciadores que lhes prometiam arranjar um bom casamento com um rico comerciante que prosperava em terras americanas. Tomados pelo desespero, muitos chefes de família acabavam deixando se levar por essas enganosas promessas.


Em muitos casos, já durante a viagem, essas jovens descobriam que estavam sendo contrabandeadas como escravas sexuais em diferentes cidades do continente americano. Chegando ao Brasil, essas prostitutas judias ficaram conhecidas como “polacas” e, mediante à sua recorrência, integraram a vida e o imaginário de vários bairros que compunham a vida noturna carioca e paulista.


Naturalmente, essas mulheres sofreram uma enorme discriminação por conta da posição marginalizada que ocupavam na sociedade da época. Tanto as autoridades oficiais, como as comunidades judaicas do Brasil reservavam um grande silêncio sobre a situação dessas mulheres. Contudo, essas prostitutas buscaram vínculos de solidariedade que pudessem lhes oferecer algum tipo de garantia.


Em muitos casos, essas prostitutas utilizavam o iídiche – língua bastante utilizada pelos judeus da Europa Central e Oriental – para darem recados entre si. Durante o seu trabalho, ao suspeitarem de que um cliente portava algum tipo de doença venérea, elas chamavam o sujeito de “ein krenke”. Na língua iídiche, o termo era comumente utilizado para definir a ideia de “doença”. Naturalmente, a popularização do termo acabou ficando abrasileirada para a nossa conhecida “encrenca”.


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

As moedas do sexo




Moedas do sexo de Roma Antiga. Conhecidas como Spintria (antigas moedas romanas com cenas de sexo) foram utilizadas na Roma antiga para solicitar e pagar por diferentes "serviços" em bordéis e prostitutas de rua. Uma vez que havia uma grande quantidade de estrangeiros que vinham para a cidade que não falavam o idioma, e a maioria das prostitutas eram escravas capturadas de outros lugares, as moedas tornavam as transações fáceis e eficientes. Um lado destas moedas mostra o que o comprador queria e o outro mostra a quantidade de dinheiro a ser pago pelo o ato.





fonte: kduko

domingo, 23 de outubro de 2011

II Colóquio Africanidades em Sala de Aula - UPE Campus Petrolina


Faça a diferença: ao visitar o site do colóquio, clique em "Participar deste site" e compartilhe o evento com seus amigos.


APRESENTAÇÃO

Desde 2003, quando da assinatura da lei 10.639, o ensino de História da África tornou-se obrigatório nas escolas brasileiras. A UPE, através do colegiado do curso de História, propõe o Colóquio Africanidades em Sala de Aula à ampla comunidade acadêmica composta por diversos cursos presentes na região como Letras, Pedagogia, Ciências Sociais, Educação Física, Direito e Artes Visuais. Neste encontro, vários pesquisadores, com reconhecida produção científica na área, debaterão temas como “políticas afirmativas”, “História da África”, “Currículo escolar”, “culturas afro-descendentes” entre outros.

A relevância de um encontro como este se torna evidente se pensarmos: que o Brasil é o segundo maior país negro do mundo! Atrás apenas da Nigéria; que é imensa a contribuição da cultura africana para a formação do Brasil; e que graves são os problemas que envolvem a discriminação do negro em nosso país.

Diante desses fatos, faz-se necessário o cumprimento da lei. Contudo, a partir desta, criou-se o problema da falta de capacitação dos professores para a adequação da nova realidade trazida com a lei. Nesse sentido, esse colóquio que, neste ano vive sua segunda versão, pretende se estabelecer como um fórum de discussão permanente e atuante na realidade educacional de muitos professores, várias escolas, universidades e alguns Institutos Técnicos do Vale do São Francisco. Tal iniciativa tem ainda por meta um curso de pós graduação que contribua na Capacitação de Professores para a abordagem da África e das culturas afro-descendentes em sala de aula, promovido por educadores, psicólogos, cientistas sociais e historiadores da região, comprometidos com as reformas educacionais que visam atingir as melhorias de qualidade de ensino em nosso país.

sábado, 22 de outubro de 2011

História do carnaval no Brasil


A evolução do carnaval carioca

No carnaval Carioca os cortejos carnavalescos eram organizados pelas "sociedades", clubes ou agremiações que competiam entre si em desfiles de alegorias que geralmente satirizavam o governo. A primeira surgiu em 1855 e se chamava "Congresso das Sumidades Carnavalescas", tendo José de Alencar como um de seus fundadores. Depois vieram a União Veneziana e muitas outras que eram uma verdadeira coqueluche durante o Império. Uma das poucas que de fato se consolidaram foi a Democráticos. Outro importante movimento foi o dos Cordões, surgidos em 1885, que originaram os blocos e posteriormente as escolas de samba. Eram formados por negros, mulatos e pessoas humildes em geral, que saíam às ruas animando o povo ao som de instrumentos de percussão e músicas compostas especialmente para os desfiles comandados pelo apito do mestre que estava sempre à frente dos músicos. Cada Cordão era identificado por um estandarte. É a primeira manifestação de carnaval bastante influenciada pela cultura e religião africana. A religião, desta vez a católica, também deu origem ao Rancho, semelhante aos Cordões, que inicialmente desfilavam no Dia de Reis, quando as pessoas se fantasiavam de pastores e pastoras e saíam em procissão, simulando um rumo à Belém. E assim como os cordões, os ranchos tiveram de ceder espaço às escolas de samba.
O século XX chega com novidades também para o carnaval. Logo depois da inauguração da Av. Central surgiu o Corso, um desfile de caminhões e carros abertos, com ou sem decoração conduzindo famílias e grupos de foliões pelo centro da cidade. Era uma brincadeira animada entre as pessoas que estavam nos carros e as que acompanhavam a pé o cortejo, com direito à guerra de confete e serpentina. O Corso foi ficando para trás na medida em que o progresso e o trânsito iam para frente.
As famosas matinês tiveram início praticamente na mesma época do Corso, com a realização do primeiro baile infantil em 1907. Também se multiplicavam os bailes nas casas das famílias mais abastadas da cidade. Em 1909 surgiu o primeiro concurso num baile de carnaval. Somente os homens tinham direito à voto e os prêmios eram valiosas jóias. Premiava-se a melhor fantasia, a mais bela mulher e a mais criativa dança.

Surgimento das Escolas de Samba

Foi no bairro do Estácio que surgiu o ritmo que iria dar um novo tom ao Carnaval e viria, em pouco tempo, a se consagrar como uma das marcas registradas da música brasileira, o samba. Com notas mais longas e um andamento bem mais rápido que os ritmos amaxixados que o antecederam, o samba fora criado especialmente para arrebanhar as massas durantes os desfiles de um dos mais famosos blocos de carnaval, o Deixa Falar. A maior novidade estava por conta da evidente marcação que a música apresentava, graças a um novo instrumento, o surdo, criado por um dos bambas do Estácio, Alcebíades Barcelos, o Bide.
O surgimento de tantas novidades provocou uma verdadeira revolução, trazidas pelos compositores do Deixa Falar. Foi Ismael Silva o primeiro a atribuir ao bloco a expressão "escola de samba", e devido ao prestígio que gozavam, os sambistas eram chamados de professores. Há, porém, uma outra versão para o emprego da expressão "escola de samba". Bem próximo à sede do Deixa Falar, fundado em agosto de 1927, havia uma Escola Normal, formadora de professores. Como muitos sambistas de outros locais procuravam os compositores do Largo do Estácio para conhecerem as novidades do samba, estes também eram chamados "professores" e a sede do bloco, "escola de samba".
A Deixa falar foi então, a primeira escola a desfilar, no carnaval de 1929, ano em que surgiu a Estação Primeira, que até os dias de hoje reivindica para si o pioneirismo entre as escolas de samba. A primeira competição entre as escolas teve início em 1932, na Praça Onze, concurso promovido pelo jornal Mundo Sportivo, do jornalista Mário Filho. Devido à grande repercussão, o Jornal O Globo assumiu o concurso no ano seguinte. Somente em 1935 a Prefeitura do Rio tomou frente na organização do evento que é hoje, um dos maiores espetáculos do mundo.

O Carnaval da Bahia

O Carnaval de Rua foi desaparecendo à medida que as Escolas de Samba ganhavam popularidade e apresentavam à público desfiles cada vez mais grandiosos. Na Bahia aconteceu exatamente o contrário. O carnaval de Salvador, a primeira capital do Brasil, evoluiu como no Rio de janeiro e em diversas outras partes do país. As iniciativas tomadas para conter os abusos do entrudo português fizeram surgir os bailes dos salões, com grande destaque para as festas à fantasia do teatro São João, o corso, os cordões e blocos diversos. O ano de 1884 é considerado um marco pelos baianos devido a organização apresentada pelas manifestações populares a partir deste ano.
No finalzinho do século XIX, por volta de 1894, 1895, surgiu o Afoxé, um tipo de grupo formado por negros que representavam casas de culto de herança africana e saíam às ruas cantando e recitando seqüências de músicas e letras. Os afoxés exibiam-se na Baixa dos Sapateiros, Taboão, Barroquinha e Pelourinho, enquanto os grandes clubes desfilavam em áreas mais nobres. O mais famoso afoxé é o "Filhos de Gandhy", criado em 1949 - ano do IV centenário da cidade - pelos estivadores do Porto de Salvador. O nome é uma homenagem ao pacifista indiano Mahatma Gandhy, assassinado um ano antes.
A maior inovação do Carnaval da Bahia porém, foi o Trio Elétrico de Dodô e Osmar, que surgiu em 1950 e representa a consagração do carnaval de rua. A primeira apresentação foi feita em cima de um Ford 1929, com guitarras elétricas e som amplificado por auto-falantes, às cinco da tarde do Domingo de carnaval. O desfile aconteceu no Centro da cidade arrastando uma verdadeira multidão. Na verdade, o nome "trio elétrico" só surgiu mesmo no ano seguinte, quando três músicos se apresentaram em cima do tal carro.
Nos anos 70 o carnaval presenciou o nascimento de grupos históricos, como os Novos Baianos e o bloco afro Ilê Aiyê, além do renascimento do Filhos de Gandhy. Era o começo do crescimento cultural do Carnaval de Salvador, que passou a enfatizar os conflitos e a protestar contra o racismo. Na década de 80, grupos como Camaleão, Eva e Olodum escreveram seus nomes na história da festa mais popular da Bahia.


O Santo Ofício vai à escola

A História é considerada matéria chata e desinteressante para muitos alunos. Este pesadelo que atormenta os professores pode ser superado, ou, pelo menos, minimizado, com a utilização em sala de aula de fontes pouco exploradas. A documentação produzida pelo Tribunal do Santo Ofício da Inquisição relativa ao Brasil é um material valiosíssimo, com detalhes sobre o dia-a-dia da vida nas vilas e nos engenhos coloniais, sobre os acontecimentos políticos e seus principais personagens, as guerras de conquista e pacificação, a produção econômica de subsistência e de exportação. Aparecem também as disputas militares e as entradas pelo sertão em busca de metais ou de indígenas e negros fugidos, as festas religiosas e as cerimônias fúnebres, as questões de fé e o sem-número de heresias praticadas, além dos registros sobre a catequização dos nativos e escravos. Os representantes da Inquisição fizeram meticulosas descrições da vida na Colônia, e muitas vezes deixaram transparecer o seu espanto diante do que ocorria.

Apesar dos avanços nas pesquisas e da publicação de vários livros sobre o tema nos últimos anos, falar da Inquisição em sala de aula ainda causa surpresa. Os professores que utilizam este tipo de documentação constantemente se deparam com o assombro dos alunos ao descobrirem a presença do Tribunal do Santo Ofício e a existência de acusações e processos inquisitoriais envolvendo habitantes do Brasil colonial.

Perde o aluno, mas também o professor, ao deixar de lado fontes riquíssimas, que poderiam tornar mais atraente uma disciplina que ainda carrega a densa pecha de que mais se decora do que se aprende. Muito melhor seria usar estes documentos em sala de aula para incentivar o gosto pelo estudo do Brasil dos primeiros séculos.

A Inquisição surgiu no século XIII com o papa Gregório IX (1170-1241), que contou com o apoio das ordens Franciscana e Dominicana para combater os cátaros ou albingenses, difusores de doutrinas consideradas falsas pela Igreja [as heresias], atuantes na região de Albi, sul da França. Após a perseguição aos hereges e o extermínio de comunidades inteiras, o Tribunal foi extinto. Voltou a funcionar no início da Idade Moderna (século XV), quando a Igreja se viu novamente ameaçada pelo problema das heresias. O Tribunal exercia vigilância sobre a moral dos fiéis e censurava a produção cultural e científica, visando conter inovações contrárias ao dogma da Igreja. Caso os inquisidores julgassem que o réu não demonstrava arrependimento em relação ao crime de que era acusado ou fosse reincidente, ele poderia sofrer condenações as mais variadas, que iam desde a obrigação de fazer orações e penitências até ser entregue ao poder secular, que podia condená-lo a morrer na fogueira, em cerimônias públicas denominadas autos-de-fé. A península ibérica, envolvida com os problemas da reconquista do território ocupado pelos árabes e do monopólio da fé, foi um dos palcos para o ressurgimento da Inquisição.

FONTE: revistadehistoria

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pré- história brasileira em Sergipe


Por volta de 1985, pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe identificaram, na região da cidade de Canindé do São Francisco (a 200 km de Alagoas), vestígios que indicavam a presença humana pré-histórica na região. Na década seguinte, seria construída no local a Usina Hidrelétrica de Xingó. Para proteger esse patrimônio, situado na área que provavelmente seria inundada com a construção da represa, foi lançado um grande projeto de salvamento arqueológico, que durou dez anos.

O resultado do levantamento foi a descoberta de 42 sítios arqueológicos e 16 de arte rupestre apenas nessa região do baixo São Francisco, testemunhos de 9 mil anos de ocupação humana. Com todo esse acervo reunido, em 2000 a Universidade Federal de Sergipe criou o Museu Arqueológico do Xingó (MAX). São cerca de 55 mil peças, entre vestígios cerâmicos, instrumentos líticos, adornos em osso, restos alimentares e mais de 200 esqueletos humanos. Hoje a instituição recebe mais de 30 mil visitantes ao ano.

O MAX (site oficial aqui) mantém uma exposição permanente, apresentando destaques de seu acervo e os principais resultados de pesquisas realizadas pela instituição, além de mostras temporárias de curta duração.

Maquiavel cosmopolita


“O príncipe”, de Maquiavel, completa em 2013 nada menos que 500 anos de existência. Por conta disso – e, claro, da importância crescente da obra através dos séculos –, um grupo de pesquisadores italianos elaborou um ambicioso projeto que visa estimular o debate sobre Maquiavel e seu pensamento na tradição política ocidental entre os séculos XVI e XXI. Pesquisas e eventos sobre o gênio florentino saíram da Itália em direção à Alemanha, Espanha, França, Estados Unidos, Turquia entre outros países que, agora, inclui o Brasil. O colóquio internacional “Maquiavel Dissimulado” começa na terça-feira que vem (dia 25) e vai até sexta-feira (dia 28) na Universidade Federal Fluminense. A inscrição custa entre R$ 20 e R$ 40 e deve ser feita até esta quinta-feira (dia 20).

Especialistas de várias áreas e em diferentes níveis de formação – de doutores a alunos de graduação e pós – participarão do evento. Em relação à história do Brasil, o colóquio “Maquiavel dissimulado” inova ao estender suas balizas temporais desde o século XVI até o presente, abrindo espaço para a literatura de Machado de Assis, para Getúlio Vargas como soberano maquiavélico ou para encenações de “A mandrágora” – peça teatral mais conhecida de Maquiavel – na década de 1960, antes e durante o governo militar no país. Nesses e em outros casos, verifica-se a força de um autor “clássico” que ultrapassou seus próprios tempo e espaço. A despeito, inclusive, de sua reputação, frequentemente condicionada por uma fama malévola e/ou desafiadora de padrões.

Serão discutidas as ideias produzidas pelo gênio italiano em diversas manifestações – embora, quase sempre, tenha se evitado o recurso explícito ao autor mal afamado. No campo linguístico, dicionários que aludem aos termos “maquiavélico”, “maquiaveliano” e “maquiavelismo”, editados em Portugal e no Brasil, constata-se a maior distinção destes significados no léxico brasileiro. Por exemplo, com a adoção do vocábulo “maquiaveliano” alusivo ao pensamento do autor, sem a pecha do “maquiavélico” associado a “pérfido” e a “astuto”, em contraposição à inexistência desta especificação em dicionários lusos.

‘Turnê’ internacional

O colóquio internacional “Maquiavel dissimulado: heterodoxias político-culturais no mundo luso-brasileiro” faz parte do projeto científico “Maquiavelismo e maquiavelismos na tradição política ocidental”, com sede na Universidade de Turim, Itália, coordenado pelo professor Enzo Baldini. Desde 2006, pesquisadores de vários países formaram uma rede que promove eventos, debates e publicações para refletir sobre a influência e a reinvenção do pensamento de Maquiavel no Ocidente. O projeto culminará em 2013, quando se completam 500 anos da escrita da obra “O príncipe”.

O “Maquiavel dissimulado” da UFF articula-se a outro colóquio que ocorrerá no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Portugal, em novembro. Os dois eventos pretendem explorar a recepção e a reinvenção de Maquiavel nos espaços político português (incluindo as possessões ultramarinas) e brasileiro, a partir da segunda década do século XVI até os dias de hoje.

Outras informações e inscrições na página da Companhia das Índias.

FONTE: revistadehistoria

Primeira caçada pré-histórica das Américas

Uma ponta de lança incrustada em uma costela de mastodonte mostrou que esse primo pré-histórico dos elefantes estava sendo caçado nas Américas, a caminho da extinção, bem antes do que se imaginava.

Por muito tempo se pensou que os "paleoíndios" da chamada cultura Clovis tinham sido os responsáveis por caçar e exterminar os grandes mamíferos da Era do Gelo (conhecidos como megafauna) nas Américas. E isso teria acontecido bem rapidamente.

Tanto que os antropólogos e arqueólogos usavam uma expressão germânica, "blitzkrieg", a "guerra-relâmpago" da Segunda Guerra Mundial, para descrever o processo.

Mas a costela com a ponta de lança achada no sítio de Manis, no Estado americano de Washington, perto da fronteira com o Canadá, foi agora datada em quase 14 mil anos de idade.

Ou seja, é algo anterior à cultura Clovis, com início em cerca de 13 mil anos atrás, caracterizada por pontas de lança de pedra com encaixes especiais.

A ponta de lança estudada pelos pesquisadores era feita não de pedra, mas de osso de outro pobre mastodonte, caçado e morto antes.

BEM ANTES

"A evidência do sítio de Manis mostra que as pessoas estavam caçando mastodontes com armas de osso antes das pontas de lança de pedra de Clovis", declarou o líder da equipe de oito pesquisadores dos EUA e da Dinamarca, Michael Waters, do Centro para o Estudo dos Primeiros Americanos, da Universidade do Texas A&M.

O fato de ser um osso incrustado em outro fez e ainda faz alguns pesquisadores duvidarem da autenticidade do achado. Poderia ser um acidente, dizem céticos. Mas essa é uma opinião rara.

O pré-histórico caçador que enfiou sua lança, um belo artefato com ponta de 27 cm, deve ter xingado muito ao perdê-la -para sorte dos arqueólogos, contudo.

As evidências mostram que ele teria enfiado a lança no lado esquerdo do mastodonte, mas que, em vez de acertar algum órgão vital, acabou fazendo a lança se alojar em um osso, com certeza deixando o animal violento e alucinado.

Por sorte para a tribo, outros caçadores devem ter ferido o bicho em lugares mais vitais, matando o mastodonte e recuperado a maioria de suas armas.

Mas o animal de três toneladas caiu pelo lado esquerdo e com isso impediu que a ponta de lança, que penetrou em torno de 20 cm ou 25 cm na sua pele, pudesse ser recuperada. Isso até a década de 1970, quando uma escavação encontrou o material.

Mas só agora que a equipe americana de Waters, junto com os pesquisadores dinamarqueses envolvidos na descoberta original, foram reavaliar os achados, e testá-los de modo moderno. Usaram testes de DNA do osso e da ponta de lança, datações de carbono-14 (que funcionam como relógio atômico de restos de seres vivos) e raio-X de alta resolução.

"É mais uma prova de que os seres humanos estavam presentes na América do Norte bem antes do que se acreditava. A teoria 'Clovis em primeiro lugar', que era tão adorada por muitos cientistas há poucos anos atrás, foi finalmente enterrada com as conclusões desse estudo", diz o pesquisador dinamarquês Eske Willerslev, da Universidade de Copenhague.

A descoberta está na edição desta semana da revista americana "Science".


FONTE: folha.uol

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

CONCURSO REVELA NOVO MAPA DA EDUCAÇÃO

por Pietro Henrique Delallibera

No dia 15 de outubro a Universidade Estadual de Campinas vai sediar a última prova da 3ª Olimpíada Nacional em História do Brasil, organizada pelo Museu Exploratório de Ciências da Unicamp. O resultado do concurso será divulgado somente no domingo, dia 16, mas as quatro fases que as equipes participantes tiveram de enfrentar até agora já revelaram ótimas notícias sobre o ensino de história em nosso país.

Em primeiro lugar, a última etapa da competição vai receber representantes de praticamente todos os estados do Brasil. Para os que pensaram que os grupos finalistas fossem se concentrar no eixo Sul-Sudeste, municípios como Bicas (MG), que enviará quatro equipes para a prova, ou Cruzeiro do Sul (AC), que vai à final com duas equipes, dão mostras de que todas as regiões do país estão representadas em pé de igualdade na 3ª ONHB. Para ter uma ideia, o Ceará é o segundo estado que mais enviará concorrentes para a última fase da competição (132 estudantes), superado somente por São Paulo, que, mesmo cinco vezes mais populoso que o estado nordestino, envia 195 alunos para a final.

Outra boa notícia é a participação equilibrada de escolas públicas e privadas no evento: cerca de 44% dos finalistas são alunos da rede municipal ou estadual de ensino.

A 3ª ONHB teve 65 mil inscritos, entre estudantes e professores. Só na última prova, 300 equipes estão concorrendo, somando cerca de 1200 participantes. Os vencedores serão premiados com livros e revistas de história para continuarem seus estudos.

FONTE:

Em busca da verdade sobre o mitológico Kraken



Através do estudo das marcas encontradas em ossos de nove ictiossauros (Shonisaurus popularis) com 15 metros de comprimento, que viveram durante o Triásico (há mais de 200 milhões de anos), um grupo de investigadores norte-americanos diz ter bases para confirmar a existência de um animal marinho gigante, provavelmente um grande polvo ou uma lula, idêntico ao mitológico kraken, o monstro da mitologia nórdica.

Este animal, capaz de matar e alimentar-se dos maiores predadores da sua época não deixou evidências diretas da sua existência, pois o seu corpo decompunha-se rapidamente após a morte, impedindo o processo de fossilização.Um grupo de investigadores liderado por Mark McMenamin, do Mount Holyoke College (Massachussets), estudou durante vários anos a morte de nove répteis marinhos encontrados precisamente no Parque Estatal Berlin-Ichthyosaur, em Nevada (EUA), onde se encontram preservados os fósseis.


Até agora, a explicação para a morte desses animais seria o aparecimento de um tipo de plâncton tóxico. Mas estes paleontólogos têm uma visão diferente. Quando da descoberta dos ossos, McMenamin ficou surpreendido pela sua disposição, que sugeria que nem todos tinham morrido ao mesmo tempo. Tudo indica que os restos tenham sido colocados nessa posição com um propósito concreto, que lembra o que fazem os polvos atuais com as suas presas quando as levam para as “tocas”.As marcas nos ossos dos ictiossauros sugerem que uma criatura parecida com um polvo ou uma lula gigante sufocou os animais, partindo-lhes o pescoço. Além disso, as vértebras mostram marcas que remetem para a forma das ventosas do tentáculo de um cefalópode. O Berlin-Ichthyosaur State Park será, segundo os investigadores, o covil do kraken que os matou.


Fonte: http://www.cienciahoje.pt

Quem foi Zeus?



Zeus (em grego: Ζεύς, transl. Zeús). O nome Zeus em grego antigo significava “rei divino”. Seus símbolos são o relâmpago, a águia, o touro e o carvalho. Ele é frequentemente mostrado pelos artistas gregos em uma dessas duas poses: ereto, inclinando-se para frente, com um raio em sua mão direita, erguida, ou sentado, em pose majestosa.
Segundo a mitologia, ele teria nascido da União de Réia e Cronos. Seu pai Cronos (deus do tempo), que imperava naquele momento, tinha o costume de engolir seus filhos com medo de que um deles lhe tirasse o trono. Mas quando Zeus nasceu, Réia percebeu que ele era uma criatura especial e o colocou escondido numa caverna. Então, para ludibriar Cronos, ela enrolou uma pedra num pano e entregou para que ele engolisse.
Já adulto Zeus enfrentou seu pai, e fez com que ele vomitasse todos os seus irmãos que continuassem vivos. Logo em seguida, prendeu Cronos sob a terra. Sendo assim, daquele momento em diante, ele passou a ser o maioral entre todos, ou seja, o deus dos deuses, e foi morar no Monte Olimpo. Ele se casou com sua irmã Hera, e teve várias amantes entre deusas e mortais, com elas ele teve vários filhos. Entre as imortais, contam-se Métis, que Zeus engoliu quando grávida para depois extrair Atena (deusa da sabedoria e da estratégia) da própria cabeça; Leto, que gerou Apolo(deus da medicina e da luz) e Ártemis; Sêmele, mãe de Dioniso(deus do vinho); e sua irmã Deméter, que deu à luz Perséfone (deusa do mundo subterrâneo). Com Hera concebeu Hefesto (deus do fogo), Hebe e Ares. Os outros filhos mais conhecidos de Zeus são: Hermes (deus do comércio e dos viajantes), Herácles (herói grego), Helena (princesa grega), Minos (rei de Creta).

Casamentos de Zeus
     Zeus casou-se 1º com Métis, a deusa da prudência, quando esta estava grávida de Atena, Gaia profetizou que o segundo filho dos dois iria destronar seu pai Zeus, como havia acontecido com Cronos e com Urano, e que isso era um ciclo eterno. Zeus, com temor de que isso acontecesse, montou uma armadilha: fez uma brincadeira com Métis, no qual eles se metamorfoseavam, Métis não foi prudente e aceitou, em algum momento Métis se metamorfoseou em uma mosca e foi engolida viva por Zeus, isso não adiantaria de nada, pois depois a cabeça de Zeus cresceria assustadoramente e Atena nasceria adulta da cabeça de Zeus,fazendo assim com que a profecia não se cumprisse.
     A segunda esposa de Zeus foi Têmis, uma titã, deusa da justiça, as Moiras levam Têmis até Zeus para se tornar sua segunda esposa, e as Moiras profetizam que Zeus tem muito a aprender com Têmis, que é tão sábia quanto Métis.
     O matrimônio com Têmis acabaria e Zeus se casaria finalmente com sua irmã Hera. Apesar de casado com Hera, Zeus tinha inúmeras amantes (as paixões de Zeus). Usava dos mais diferentes artifícios de sedução, o deus assumia com frequência formas zoomórficas - cisne, touro - ou de nuvem ou chuva, em suas uniões com mortais, que deram origem a uma estirpe ímpar de heróis, como os Dióscuros (Castor e Pólux), Héracles (Hércules) e outros que ocupam lugar central nos ciclos lendários.

Poderes e atributos
     De acordo com a crença dos gregos antigos, Zeus ficava no Monte Olimpo governando tudo o que acontecia na Terra. Era considerado também o deus do tempo, com raios, trovões, chuvas e tempestades atribuídas a ele. Mais tarde, ele foi associado à justiça e à lei. Havia muitas estátuas erguidas em honra de Zeus, a mais magnífica era a sua estátua em Olímpia, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Originalmente, os Jogos Olímpicos eram realizados em sua honra.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Rei Arthur: mito ou verdade?


No período medieval, as agitações causadas pela inserção dos bárbaros pela Europa foram responsáveis pela deflagração de vários conflitos que se mostram ligados ao próprio processo de feudalização do Velho Mundo. Foi na medida em que essas transformações aconteciam que a lenda do rei Artur apareceu na Bretanha e se estendeu ao longo do tempo, motivando, até mesmo, a realização de grandes produções cinematográficas que alimentam esse antigo mito.
Historicamente, as narrativas sobre o rei Artur refletem a demanda em se consolidar a figura de um herói que conseguiu defender o seu território contra as invasões estrangeiras. Talvez, caso tenha algum sustentáculo nos fatos historicamente vividos, a lenda arturiana se assente na figura de algum guerreiro que participou nas lutas que marcaram a entrada dos saxões na Bretanha. Com o passar do tempo, as aptidões e feitos desse guerreiro determinaram um relicário de objetos e lugares ligados a essa tradição.
No século XII, o historiador Geoffroy de Monmouth empreendeu a confecção de uma obra que contava todo o passado dos reis da Bretanha. Nesse livro, intitulado “História dos reis da Bretanha”, vemos que a lenda do rei Artur ganha reforço. Em determinada passagem, o nascimento do sagrado rei é colocado como fruto de uma artimanha realizada pelo rei Uther e o mago Merlin, que disfarçou o monarca para que então tomasse a duquesa Ygerne.
Apesar de toda a fantasia que cerca o relato, várias expedições foram organizadas para que alguma relíquia do rei Artur fosse encontrada nos locais que se ligam à sua lenda. No ano de 1191, por exemplo, o rei Ricardo Coração de Leão anunciou a descoberta da tumba do rei Arthur, na abadia de Glastonbury, onde foi encontrada a legendária Excalibur, a espada de poderes mágicos que auxiliou o rei Artur a vencer diversas das batalhas que fortaleciam a sua inalcançável glória.
A suposta descoberta tinha o interesse político de apenas alavancar o governo do monarca do século XII. Ainda assim, outras escavações em solo britânico avivavam a possibilidade de concretização do mito. Diversas missões exploratórias dirigidas até a península de Tintagel buscavam a presença de vestígios do lugar onde supostamente o rei Artur deveria ter nascido. Ao longo desse tempo, foram apenas encontrados vestígios da construção de um castelo do século XIII.
Em trabalhos arqueológicos mais recentes foram encontrados artefatos de um complexo de palácios que foram construídos entre o século V e VI, a mesma época que o rei teria vivido. Nessa mesma época, uma placa de pedra contendo um nome semelhante ao de Artur também foi examinada por diferentes especialistas. Ao fim das pesquisas, nenhuma das respostas conseguiu concluir firmemente sobre a existência de indícios que tornassem o rei Artur em um dado concreto do passado Bretão.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

III Seminário Internacional Sobre Capitalismo Burocrático.


Acontecerá no Auditório da Universidade de Pernambuco – Campus Petrolina, de 24 a 27 de outubro próximo, o III Seminário Internacional Sobre Capitalismo Burocrático na Explicação do Subdesenvolvimento e do Atraso Social, visando consolidar o diálogo entre os diversos pesquisadores do campo das Ciências Sociais para aprofundar a compreensão da realidade social de países de capitalismo atrasado.

Para os organizadores, a implantação do Capitalismo Burocrático atendeu a necessidade de exportação de capitais das grandes economias capitalistas e não da transformação radical da realidade político-econômico-social das nações subdesenvolvidas. O Capitalismo Burocrático desenvolveu-se “via reforma”, sem transformar revolucionariamente a realidade agrária das nações dominadas pelo imperialismo. Os países de Capitalismo Burocrático apresentam uma realidade onde o modo de produção se assenta em subjacentes relações semifeudais de produção, e até mesmo em relações mais anacrônicas como a escravista. Este conjunto de questões estão diretamente relacionadas com a atual realidade brasileira, mais uma vez confirmada pelo Censo Agrário do IBGE (publicado em 2009), que revela o aumento da concentração de terra e de renda no no país.


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Como era a vida em um castelo medieval?




Apesar de toda a imponência dessas construções, o cotidiano não era muito agradável, não. "Além de não contar com conveniências como água corrente ou aquecimento central, o dia-a-dia dos moradores era barulhento e desconfortável", diz a historiadora britânica Lise Hull, autora do livro Scotland and the Castles of Glamorgan ("A Escócia e os Castelos de Glamorgan"). Os primeiros castelos surgiram na Europa Ocidental ainda no século 9, construídos com terra, madeira e camadas de pedras para reforçar a estrutura contra ataques. O modelo mais conhecido, o das fortificações protegidas por muralhas e cercadas por fossos alagados, apareceu na França, no século 10. A arquitetura dos castelos era única: não havia dois iguais, mas a maioria deles partilhava características comuns, como a existência de um salão, de aposentos exclusivos para o senhor do castelo, de uma capela e de uma torre para os guardas.
Para a maioria dos moradores, um dia típico começava ao nascer do Sol. Algumas camareiras dormiam no chão do quarto do senhor e de sua dama, cuja privacidade era garantida apenas por uma armação de tecidos em volta da cama. Depois de se vestirem, o senhor e sua família iam ao salão para tomar um café da manhã regado a pão e queijo, e logo seguiam para a missa diária na capela. O almoço, servido entre as 10 da manhã e o meio-dia, incluía três ou quatro pratos principais e podia ser acompanhado por apresentações de malabaristas. Durante o dia, enquanto o senhor cuidava da administração, da justiça e da coleta de impostos do feudo, sua esposa tratava da educação dos filhos e supervisionava camareiras e cozinheiras. À noite, apenas uma leve refeição - em geral, uma sopa. Alimentados, os senhores voltavam ao quarto, enquanto os servos se espalhavam pelo chão do salão ou em câmaras no interior da torre.

Bagunça feudalFortificações de pedra eram escuras, barulhentas e tinham pouca higiene
1. ALMOÇO ANIMADO
Geralmente situado no andar superior, o salão era um ambiente escuro, enfumaçado e úmido, com pequenas janelas sem vidro. Durante o dia, o local virava sala de refeições, ocasionalmente acompanhadas por espetáculos de artistas ou trovadores a que os servos também podiam assistir. À noite, o lugar se transformava em dormitório dos criados
2. COZINHA RÚSTICA
A cozinha era afastada dos cômodos principais para evitar incêndios. No forno central de fogo aberto, a comida era cozida em caldeirões e as carnes assadas em espetos de ferro. Do lado de fora, ficavam gaiolas com aves e outros animais para o abate. O cardápio do senhores era farto em pão de boa qualidade, carne e bebidas alcoólicas, especialmente vinho e cerveja
3. ESTOQUE CHEIO
Em alguns castelos, um cômodo construído no andar térreo servia de armazém de provisões, como trigo (usado para fazer pão) e malte (cerveja). O estoque de alimentos incluía ainda carnes conservadas por salgamento, queijos e sacas de vagens, feijões, favas e grãos moídos, como farinha
4. REZA DIÁRIA
Localizada perto do salão principal, a capela podia ser dividida em dois andares: no piso superior ficava a família do senhor do castelo, enquanto os servos rezavam na parte de baixo. Às vezes, capelas menores eram construídas num subterrâneo do castelo. As missas aconteciam todas as manhãs
5. SONO REAL
O principal móvel do quarto do senhor e sua dama era uma grande cama de madeira, com um trançado de tiras de couro que sustentava o colchão de penas. As roupas eram guardadas em arcas ou penduradas em pinos na parede. No início do dia, o quarto era varrido pelas camareiras, enquanto os senhores lavavam o rosto em bacias com água
6. LÍQUIDO PRECIOSO
Era indispensável que o castelo ficasse perto de uma fonte subterrânea de água para garantir o abastecimento de toda a construção. Além do poço central, localizado no interior das muralhas, reservatórios recolhiam a água da chuva que caía no teto do castelo. Depois, o líquido seguia para os andares inferiores por encanamentos de chumbo
7. PRIVILÉGIO NOJENTO
Como os dois únicos banhos anuais aconteciam em tinas portáteis levadas para o quarto do senhor, o banheiro tinha só uma privada, exclusiva dos nobres - os outros precisavam se aliviar fora das muralhas ou em penicos. Mas o "troninho" não era nada higiênico: os dejetos seguiam em uma canaleta de pedra até a parede do castelo, de onde a sujeira escorria até um fosso
8. VISÃO SEGURA
A maioria das fortificações contava com uma torre, feita inicialmente de madeira e mais tarde de pedra, com vários andares e formato retangular. O local, que servia como posto para os sentinelas que vigiavam as vizinhanças, era também usado como alojamento para servos e soldados, além de ser o último refúgio no caso de o castelo ser invadido

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Chamada de publicações prorrogada.

Boa tarde.

A equipe Sapientia et Virtute, grupo que organiza a Revista Historien, em conjunto com o Departamento de História da UPE/Petrolina, comunica aos interessados que a chamada de publicações para a 5ª edição será prorrogada. A data final, agora, está marcada para 15/10. Lembrando que o "História em Foco" desse número versará sobre o processo de independência dos países latino-americanos. Entretanto, isso não indica que artigos e ensaios voltados para as demais temáticas da História não serão aceitos.

Email para contato: revista_historien@ig.com.br
Confira as normas editoriais no nosso portal: www.revistahistorien.com

Aguardamos as colaborações.

Pablo Magalhães
Coord. de Editoração
Equipe Sapientia et Virtute.